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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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abaixo parece indicar que prioritariamente os lares de família mais pobre eram ou<br />

compunham o foco de intervenção:<br />

257<br />

A visita social, em muitos casos completa a obra. Não essa visita, com<br />

aspectos muitas vezes antipáticos, interpretada pela família como uma<br />

intromissão indébita, principalmente nos lares pobres que a tomam<br />

como uma “afronta”, mas uma visita cordial, aceita e muitas vezes<br />

solicitada pela própria família. (RAMOS, 12/08/1943, p.5).<br />

Vemos um exemplo explícito de polícia das famílias. Outro aspecto relevante do<br />

texto, e que se opõe a Silva, referente ao ano de 1940, está a ideia do Ramos de que<br />

há distinção entre educar e instruir.<br />

É hoje um ponto dominante da Escola Nova a colaboração estreita entre<br />

a escola e o lar. A escola já não é mais considerada como<br />

desempenhando simples atividades de instrução, desinteressada do<br />

aspecto educativo, em geral, da criança. Hoje é ela, um centro de<br />

grande atividade social, centro de coordenação e de disciplina, onde se<br />

aprendem, não só matérias instrutivas, mas as disciplinas da vida. Ela é<br />

chamada a intervir intensa e largamente na vida do lar, orientando e<br />

educando. (RAMOS, 12/08/1943, p.3).<br />

Chama a atenção nesse artigo a indistinção entre família-lar-pais e escola-<br />

professores-educadores. O lar não tem o lugar de destaque na formação da criança,<br />

mas se configura em lugar de ameaça. Os médicos parecem também incluir no binômio<br />

família-escola, configurando outra formatação, médicos-família-escola.<br />

No artigo, há uma foto de crianças brincando com cartas de baralho, e o autor se<br />

refere a essa brincadeira da seguinte maneira: “Estas crianças só se interessaram por<br />

baralho porque viram os grandes jogando. O “jogo” sadio, para eles, deve ser dama e<br />

xadrez, (raciocínio), ou os esportivos (eugenia).” (RAMOS, 12/08/1943, p.4).<br />

Os pais estão mesmo confirmados em sua influência na vida das crianças, como<br />

também está confirmada a influência dos médicos na vida dos pais. Não encontramos<br />

referência direta à mãe no texto de Ramos. Todavia, parece implícito que para a<br />

medicina, dentro da família, a quem cabe conduzir para um lugar assertivo a vida da<br />

criança é a mãe. Transparente, também, a possibilidade de análise sobre a atenção<br />

que os higienistas, particularmente Ramos, se empenharam em relação à criança, é, na

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