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A criança retratada em A Cigarra é uma criança que deve ter um nome, há a<br />

preocupação com essa conquista identitária. Sampaio (Setembro, 1948) no artigo “Que<br />

nome darei ao meu filho?”, responde a carta de uma mãe angustiada, por ter de, junto<br />

ao marido, escolher um nome para o filho. E toda a família exige que se coloquem<br />

nomes de destaque como, Beethovem, Vitor Hugo, Tarzam. O médico, em nome de um<br />

“ato de higiene mental”, desaconselha a moça a acompanhar seus familiares e acredita<br />

que com “bom senso” ela e o marido colocarão o nome “simples e bonito de que está<br />

cheia a língua portuguesa”.<br />

Vemos também que o desenvolvimento psicomotor da criança precisa ser<br />

compreendido pelo adulto que é responsável por ela. No artigo (Fevereiro, 1949) “O<br />

mundo dos bebês”, Sampaio explica que o bebê tem uma incompletude no<br />

desenvolvimento, e que evolui de acordo com a idade. É compreendendo a<br />

comunicação do bebê a partir de sua motricidade, que a mãe deve se orientar. Como<br />

não tem ainda a linguagem verbal, recomenda que: “O necessário é que penetre nesse<br />

mundo infantil e não queira interpretar as manifestações de seu filho como interpretaria<br />

as de um adulto. A observação psicológica do bebê resume-se na análise dos<br />

movimentos.” (SAMPAIO, Fevereiro, 1949, p.106).<br />

Nesse contexto, o autor oportuniza uma ‘aula’ sobre os tipos de movimento da<br />

criança. O objetivo do Sampaio será o de enfatizar que a criança é em sua constituição<br />

e mundo diferente do adulto. “De fato, seu filhinho viverá num mundo infantil, diferente<br />

do nosso, mas a senhora poderá compreendê-lo”. (SAMPAIO, Fevereiro, 1949, p.106).<br />

É possível depreender que as mães veem a criança como um adulto em<br />

miniatura. Se assim não fosse, por que razão estaria orientando sobre as específicas<br />

diferenciações da criança no artigo para as mães leitoras? Por que precisa<br />

compreender o próprio filho?<br />

Nessa perspectiva de dar à criança um lugar específico no desenvolvimento, em<br />

março de 1949 (S/A) o artigo “As crianças e as emoções”, revela a tendência anterior<br />

dos norte-americanos de estabelecerem e divulgarem rigidamente rotinas como se as<br />

crianças fossem pequenas máquinas. Descreve que, agora, estes mesmos<br />

incentivadores de rígida disciplina promovem: “atualmente, que a criança trás consigo o<br />

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