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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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do modo como se cuida de um bebê. Descreve com assertividade os horários a serem<br />

cumpridos e não habilita uma postura de flexibilidade.<br />

Os textos indicam uma necessária atenção ao bebê. Pelo grande número de<br />

artigos destinados a doenças da primeira infância, o público a que se dirige o autor<br />

(médico), as mães, parece revelar que estas não poderiam descuidar e/ou não tinham<br />

as orientações (competências) para a maternidade. Podemos concluir que as crianças<br />

nessa época corriam riscos na primeira infância.<br />

Em determinado momento, foi possível inferir que a mãe, nesse período,<br />

pudesse perguntar sobre aspectos gerais da criança recém-nascida, todavia os artigos<br />

da autoria do autor De Lamare não se propuseram a responder as cartas das leitoras.<br />

O que acompanhamos, com sua extensa produção, foi a de constituir sequência dos<br />

textos, de modo a completar suas ideias relativas à: Higiene, Amamentação,<br />

Desconforto infantil (soluço), Sono mãe e do bebê, Dificuldades na digestão (Vômitos<br />

do bebê), Desconforto do bebê (choro, chupeta, prisão de ventre, diarreia, sapinho,<br />

cólicas), Doenças infantis. Não há, portanto, uma interlocução entre as mães leitoras e<br />

o autor. É dele as prerrogativas de escolha do que provavelmente acredita que falta<br />

para aquela que lê seus artigos - Mães de bebês.<br />

O bebê é retratado de maneira genérica, ou seja, ao retratar o bebê o autor traz<br />

características gerais do desenvolvimento da criança recém-nascida. Ela será o ator<br />

que protagonizará a atenção do médico. De Lamare fala desse ator com características<br />

próprias. Um ator, que precisa da intervenção da mãe para disciplina de seu corpo<br />

físico, um corpo biológico, com necessidades biológicas. Um corpo que não pode ter<br />

autonomia, que precisa ser adestrado na rotina alimentar (amamentação), na rotina do<br />

sono e no estado de vigília. Todos os bebês se enquadram em uma normalidade<br />

médica prescrita para serem seguidas pelas mães.<br />

Não há nenhum artigo que retrate outra dimensão relacional (mãe-bebê)<br />

estabelecida pelo médico que não seja a dos cuidados biológicos. A atenção com a<br />

amamentação, o sono, os desconfortos, as rotinas, e as doenças da primeira infância<br />

parecem revelar uma ameaça de manter-se vivo o bebê. Chama atenção para esse<br />

ponto a possibilidade de se inferir que a mãe desconhece o bebê que tem de cuidar,<br />

não conhece sua linguagem, suas características.<br />

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