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necessidade das ‘expansões próprias da idade’, trata-se de uma postura mais flexível<br />

diante dos cuidados maternos infantis.<br />

Tal qual o descrito por Postman (1999), em referência aos anos de 1850 a 1950,<br />

no Brasil, particularmente dentro do período analisado nesta tese entre os anos de1940<br />

a 1950, houve por parte dos especialistas tentativas de caracterizar e incluir<br />

características próprias da criança dentro do controle dos atributos que consideravam<br />

pertinentes a ela. Destaca-se em relação ao bebê, seu vestuário, sua mobília e quarto,<br />

a alimentação com enfoque na amamentação. A criança maior em comparação ao bebê<br />

pouco foi considerada em atenção ao seu mundo específico. No contexto dessas<br />

crianças, foi verificado, por parte dos especialistas, atenção quanto à vestimenta, à<br />

necessidade de espaços, aos castigos e à sua alimentação. Houve uma inserção da<br />

criança maior no contexto de sua realidade infantil nos artigos de Rios (Fon Fon), mas<br />

foi Silva (Vamos Ler) quem mais defendeu o lugar de especificidade da criança.<br />

O que levou a família, e particularmente a mãe a tornar-se uma forma de<br />

guardiã, protetora da criança, foi o temor da classe médica de ver a criança da<br />

burguesia não prevalecer de modo saudável e vingar em adultos e se perpetuaria em<br />

seus descendentes. De outro lado, evidenciou-se também a clara intenção dos<br />

especialistas em inibir tudo que pudesse comprometer esse objetivo, o distanciamento<br />

da mulher da missão materna, da vida privada do lar. A maternidade seria a grande<br />

meta para a mulher nesse período entre 1940 a 1950. Como projeto civilizatório, a<br />

maternidade resultaria na anulação da mulher em seu expansionismo na vida pública,<br />

de modo a não ameaçar e concorrer com os homens em seu espaço de domínio. Os<br />

especialistas, escritores dedicados à governança da mulher-mãe, deixaram para<br />

sempre sua marca intervencionista junto à família das classes mais favorecidas,<br />

fortalecidos pela chancela da ciência médica. Talvez, sem nenhum exagero possamos<br />

reconhecer a medicina como a grande mãe nesse período.<br />

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