avaliação de uma proposta de mudança curricular no colégio pedro ii

O corpo docente, com qualificação acadêmica comparável à de faculdades, centros
universitários e mesmo algumas universidades 20 , juntamente com a equipe técnica, no
entanto, não se sentiu esclarecido acerca das mudanças implantadas, por não estarem
explicitados os objetivos educacionais e não terem sido formulados de comum acordo entre os
vários setores envolvidos, e pelo fato de a mudança na metodologia de avaliação ter sido feita
por meio de uma diretriz da Direção Geral, seguida de uma portaria de “retificação de rota”,
dados os problemas surgidos, como possibilidade de reprovação em massa pelos problemas
decorrentes da colocação em prática deste processo avaliativo. Segundo os depoimentos
colhidos por Polon (2004), os professores e técnicos consideravam que o sistema de avaliação
praticado na escola já se dava de forma contínua, pelo uso de uma variedade de instrumentos
e processos. Constituíam-se ainda entraves para a implantação da reforma, por exemplo, a
cobrança acerca de resultados dos alunos do Colégio nos exames vestibulares; a resistência ao
novo por parte de técnicos, docentes e das famílias; a falta de condições objetivas para o
trabalho proposto de interdisciplinaridade e contextualização, como um grande número de
alunos por turma e falta de recursos materiais; pelas diferenças constatáveis entre as diversas
unidades escolares quanto a práticas e princípios filosófico-pedagógicos, em função da
clientela diferenciada. Cabe ainda a colocação de que, nos últimos anos, o Colégio Pedro II
tem passado por períodos de greves dos servidores públicos federais, o que segmentou o
processo.
Nas diversas unidades escolares, em 2001, foram realizadas reuniões docentes, do corpo
técnico e dos discentes para avaliação da implantação da reforma. Os encontros geraram
relatórios, onde se encontravam resumos das discussões travadas. Nas reuniões docentes,
foram tratados aspectos como metodologia, avaliação, os trabalhos de grupo dos alunos, apoio
20 Segundo o PPP, em 2000 o Colégio Pedro II contava, em seu quadro de docentes, com 0,2% de professores
com curso normal, 24,9% de graduados, 0,2% com aperfeiçoamento, 53,8% com especialização, 19,5% com
mestrado e 1,6% com doutorado).
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