avaliação de uma proposta de mudança curricular no colégio pedro ii

e cultura, humanismo e tecnologia, para se garantir o desenvolvimento das potencialidades do
indivíduo. Nesta perspectiva, o objetivo da educação profissionalizante seria a construção de
projetos de vida socialmente determinados, a partir de uma formação integral.
Para Frigotto et al. (2005), a questão da educação tecnológica está presente sob duas
perspectivas: uma, que a identifica com a educação que aborde conhecimentos associados às
tecnologias utilizadas nos processos de produção, formando pessoas para o manejo social e
profissional dessas tecnologias, de modo a ocupar um lugar específico na divisão social e
técnica do trabalho. Outra, no sentido que fundamente a defesa de uma nova LDB, que
proporcione a superação da dicotomia entre trabalho manual e trabalho intelectual, entre
instrução profissional e instrução geral.
Gramsci (in SANTOS, 2006) afirma a necessidade de que a educação das classes populares
seja despida de caráter utilitarista que vise à formação rápida de mão-de-obra minimamente
qualificada, no ensino técnico. A educação, segundo ele, deve ser pautada na formação geral,
desenvolvendo atributos intelectuais de todos os indivíduos em todos os estratos sociais, de
modo a garantir o domínio intelectual e científico do trabalho, garantindo acesso aos espaços
decisórios de produção. “Para Gramsci, o que caracteriza o trabalho como humanizante ou
não, não é seu caráter artesanal ou industrial, mas o lugar que o trabalhador ocupa na
organização do processo de produção” (SANTOS, 2006). Historicamente, entretanto, “a
educação brasileira dividiu os homens naqueles das profissões manuais e naqueles das
profissões intelectuais”, pela proposta dualista das escolas técnicas e das escolas de ciências e
humanidades (SAVIANI, 2003).
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