avaliação de uma proposta de mudança curricular no colégio pedro ii

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da amostra (não incluídos nos anexos), alguns dos alunos que se queixaram do excesso de trabalho foram aqueles que obtiveram os melhores rendimentos. Tal fato denota a consciência destes alunos que, embora ainda bastante jovens, apresentam uma criticidade frente à situação vivenciada e que percebem a necessidade de envidar esforços para vencer as dificuldades que lhes são apresentadas. Visualizam os percalços trazidos com as situações de greve ao longo de sua vida escolar, demonstrando uma autonomia de pensamento em relação ao modelo de cultura vigente nesta faixa etária que, conforme afirma Alves (1995, apud OLIVEIRA, 2005) “ ...esconde um intenso processo de massificação e inculcamento de valores conservadores, que no passado recebeu o nome de alienação e hoje ganhou nova roupagem, o da globalização.” Ter acesso a atividades extracurriculares pode representar uma diferença significativa no desempenho escolar. A média na prova objetiva no Enem dos estudantes que freqüentaram cursos de língua estrangeira, informática e pré-vestibular, por exemplo, foi de até 17 pontos acima da alcançada por aqueles que tiveram pouca ou nenhuma oportunidade de fazer esses cursos. Numa escala de zero a cem, a pontuação média no primeiro caso foi de 62 e, no segundo, 45 (INFORMATIVO INEP, 13/07/2004). 31 Os dados fazem parte de um conjunto de indicadores, relacionados às condições socioeconômicas dos alunos, elaborado pelo Inep a partir do cruzamento dos resultados do Enem 2003 e das respostas ao questionário aplicado aos participantes do Exame. Em 2003, a média geral de 1,3 milhão de participantes na prova objetiva foi de 49,5. O indicador foi construído a partir dos seguintes parâmetros: 31 Lamentavelmente, não podemos fazer comparações entre estas informações e as notas obtidas pelos alunos de nossa amostra. Pela não obrigatoriedade de participação no Enem, o número de alunos do Colégio Pedro II, que à época prestaram o exame, não foi suficiente para que o Inep, responsável pelos dados estatísticos, disponibilizasse estas informações à escola. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 136
Quadro 6 – Indicador de interferência das atividades extra-curriculares no desempenho dos alunos do Enem 2003 Indicador - Atividades Extracurriculares Indicador baseado nas respostas sobre a freqüência ou não em cursos fora da atividade escolar, durante o ensino médio. A - Curso de língua estrangeira. B - Curso de computação ou informática. C - Curso preparatório para o vestibular (cursinho). D - Artes plásticas ou atividades artísticas em geral. E - Esportes, atividades físicas. Respostas: 1 - Freqüentou. 0 - Não freqüentou. IAExt = 2xA + B + 3xC + D + E Distribuição das médias na parte objetiva e na redação segundo o Indicador Atividades Extracurriculares Média Indicador de Atividades Extracurriculares Parte Objetiva Redação 0 - 1 45 53 2 - 4 54 59 5 - 7 62 63 Fonte: MEC/Inep A participação em atividades complementares reflete uma tendência geral. Segundo dados do Inep, dos 1.035.642 participantes do Enem em 2004, 875.504 eram concluintes e 160.138 se declararam egressos do ensino médio. A maior parte dos jovens desse último grupo (72,6%) estava matriculada em algum outro curso na época do Enem: 79,5% faziam curso pré- vestibular; 14,2%, aulas de língua estrangeira e 12,3%, curso profissionalizante (INFORMATIVO INEP, 26/01/2005). Este item é contemplado, em relação à nossa amostra, pelo investimento dos alunos neste tipo de atividade, ilustrados pelos gráficos 12 a 15. O que pode ser observado é uma maciça procura de cursos de língua estrangeira, acompanhado de uma certa distância por cursos de informática e pré-vestibulares ou preparatórios para escolas militares. A prática de esportes, freqüente, dá-se em cerca de metade da amostra. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com 137
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