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Apresentação - BVS Ministério da Saúde

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– 19 –<br />

Rondon e também observado em Patagônia, Terra do Fogo e na<br />

Cordilheira dos Andes. É também o que dizem os Missionários.<br />

E para servir de fêcho decisivo, resta ain<strong>da</strong> a declaração categórica<br />

do célebre médico batavo – Guilherme Pison, aqui vindo no século XVII,<br />

na época do príncipe de Nassau, que afirmava a inexistência <strong>da</strong> lepra e <strong>da</strong><br />

sarna em nosso país, embora êstes “vitia cutanea” fossem observados no<br />

Egito e noutras regiões quentes. (1)<br />

Existe outro argumento favorável a inexistência <strong>da</strong> lepra nos índios<br />

na época do descobrimento, aquêle que afirma que os selvícolas isolados<br />

e fora <strong>da</strong> civilização, não apresentam lepra. Sòmente no indígena<br />

civilizado, tem sido observa<strong>da</strong> tal infecção. (1)<br />

2. Quanto aos africanos aqui introduzidos, sob o regime de<br />

escravidão, para trabalhar na agricultura, a insistência de que êles tenham<br />

introduzido a lepra é, por assim dizer, um ver<strong>da</strong>deiro lugar comum, não<br />

só aqui, como fora do Brasil, nas Guianas e nos Estados Unidos.<br />

Nas Guianas, Schilling afirmava que a lepra acompanhou os<br />

negros na América e os indígenas sòmente eram acometidos por esta<br />

moléstia se “cum Aethiopobus corpora sua miscent, aliarumve verum<br />

comercio junguntur”. Outros autores pensavam <strong>da</strong> mesma forma, e, entre<br />

nós, Antônio Alves Machado e o Professor Silva, endossavam-lhe o modo<br />

de pensar (1) . Bem antes, o cirurgião licenciado Manuel Santos, ao<br />

descrever as epidemias de Pernambuco nos princípios do século XVIII, e<br />

Melo Morais Filho, referiam-se igualmente ao papel dos africanos na<br />

introdução <strong>da</strong> lepra no Brasil.<br />

No entanto, o Prof. Juliano Moreira, discor<strong>da</strong> dêsse pensamento<br />

geral e dá, como argumento, a inexistência de endemia leprosa nos<br />

Estados Unidos, onde a introdução dos escravos africanos foi enorme.<br />

Acrescenta ain<strong>da</strong>: existiria a lepra, antes do tráfico, nos países africanos<br />

que forneceram escravos à América? Conclui dizendo que as narrativas<br />

dos viajantes não aludem à existência <strong>da</strong> lepra entre as raças selvagens do<br />

continente africano.<br />

Segundo Lucrécio, é sabido que a lepra é de velho registro na<br />

África. A lepra endêmica nas margens do Nilo, era conheci<strong>da</strong> como em<br />

parte nenhuma. Os núbios a teriam levado ao Egito, e <strong>da</strong>í introduzido a<br />

outras partes. Os maometanos, que nunca se esqueceram de levar o<br />

Alcorão aos

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