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Apresentação - BVS Ministério da Saúde

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CAPITULO VI<br />

USOS E COSTUMES<br />

1 - Lepra, causa de infelici<strong>da</strong>de individual e de<br />

desajustamento social; medi<strong>da</strong>s contra os doentes no<br />

Brasil. 2 - Leprosos mendigos isolados ou em bandos. 3 -<br />

Aldeiamentos e asilos para leprosos. 4 - Hospitais para<br />

hansenianos. 5 - Leprosos no exercício de ativi<strong>da</strong>des<br />

comuns. 6 - Crenças populares a respeito <strong>da</strong> lepra e dos<br />

doentes de lepra no Brasil. 7 - Situação social dos doentes<br />

de lepra no Brasil.<br />

1. Nenhuma moléstia tem sobrepujado a lepra, pelo tempo a fóra,<br />

como causa de infelici<strong>da</strong>de e de desajustamento social. Moléstia que se<br />

manifesta de maneira duradoura na pele, alterando profun<strong>da</strong>mente a face,<br />

de modo a prejudicar o que mais de perto toca a vai<strong>da</strong>de humana, torna<br />

seu portador um indivíduo asqueroso e repugnante. Na sua marcha<br />

invasora através do organismo, vai acarretando uma série de perturbações<br />

graves, desde as mutilações extensas até a cegueira completa. Contudo, a<br />

vitali<strong>da</strong>de orgânica, às vezes por longo tempo não se ressente dessa ruina<br />

exterior, e o doente, vivendo quase sem grandes transtornos, a não ser<br />

uma ou outra manifestação agu<strong>da</strong>, sofre mais moral do que fisicamente.<br />

E’ que a doença – interpreta<strong>da</strong> até como castigo divino – representa,<br />

desde tempos imemoriais, ver<strong>da</strong>deiro estigma social, preconceito êste,<br />

ain<strong>da</strong> hoje persistente. A lepra é considera<strong>da</strong> mais do que uma Moléstia:<br />

um opróbrio, uma condenação por um mal que a vítima não cometeu. Da<br />

crença de sua contagiosi<strong>da</strong>de e incurabili<strong>da</strong>de, nasceu o medo de contraíla<br />

e sofrer todos os males, dentre os quais, possivelmente, o de ficar<br />

estigmatizado. Daí a repulsa que ela causa e o rigor observado para com<br />

êsses réprobos sociais. Diz A. CARVALHO:<br />

“Os leprosos tinham de trazer a cabeça coberta e an<strong>da</strong>r<br />

calçados para não infecionarem os caminhos, passar à beira <strong>da</strong>s<br />

estra<strong>da</strong>s e avisar <strong>da</strong> sua passagem<br />

F. – 5

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