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Apresentação - BVS Ministério da Saúde

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– 223 –<br />

seus assistentes se feriu ocasionalmente com a agulha após uma biópsia<br />

de leproma, justamente quando se procurava suturar a incisão. Após um<br />

periodo de mais ou menos dez anos, surgiu anestesia térmica e uma<br />

mácula no ponto em que anos atrás se tinha verificado o involuntário<br />

ferimento.<br />

Este caso é particularmente interessante em virtude <strong>da</strong>s<br />

circunstâncias que o cercaram, de modo especial por se tratar de<br />

inoculação acidental ocorri<strong>da</strong> na França, onde mesmo os casos<br />

importados do estrangeiro só excepcionalmente transmitem a moléstia aos<br />

franceses; é conhecido mesmo, nesse particular, que cêrca de 200 leprosos<br />

vivem em Paris, sem que haja propagação epidêmica <strong>da</strong> moléstia. O caso<br />

de MARCHOUX, embora seja conseqüente a uma inoculação acidental, não<br />

deixa de ser muito interessante e demonstrativo, deixando entrever a<br />

possibili<strong>da</strong>de de se conseguir, no homem, inoculação experimental<br />

positiva.<br />

No Congresso Internacional de Lepra, realizado no Cairo, em<br />

1938, LAGOUDAKY (230) refere os resultados de sua auto-inoculação, em<br />

que lhe fôra injetado, por via muscular, em segui<strong>da</strong> pela venosa, sangue<br />

tomado do antebraço de um doente de lepra. Após a inoculação venosa de<br />

9 gr. de sangue esteve febril e um mês após sentiu dôr no grande artelho<br />

direito, posteriormente, surgiram alguns lepromas e máculas eritematosas,<br />

anestésicas. Cinco meses após a primeira inoculação começou o<br />

tratamento, à insistência dos colegas.<br />

Embora não tenha sido positiva a tentativa de MARIANI (288) é<br />

interessante mencionar a observação que êle fez:<br />

Em um indivíduo com cêrca de 60 anos, que apresentava<br />

um epitelioma na face injetou por via intradérmica, material<br />

ricamente bacilífero obtido de leproma”... Seis meses depois <strong>da</strong><br />

inoculação com o material leproso virulento e apesar <strong>da</strong> passagem<br />

segura do germe na circulação linfática (achado positivo nos<br />

gânglios linfáticos depois de mais de três meses) faltou a<br />

demonstração não só <strong>da</strong> generalização <strong>da</strong> infecção mas também do<br />

real desenvolvimento “in loco” <strong>da</strong> própria infecção, não tendo sido<br />

evidencia<strong>da</strong> nem a estrutura típica histológica e bacteriológica do<br />

leproma cutâneo nem a invasão bacilar ativa por meio do exame<br />

direto no sangue ou <strong>da</strong>s pesquisas sorológicas. Demonstrou-se, no<br />

mesmo indivíduo, uma particular alergia frente ao material<br />

leproso, alergia essa que se estabeleceu alguns meses após a<br />

inoculação; a emulsão

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