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Apresentação - BVS Ministério da Saúde

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– 211 –<br />

Se quisermos sistematizar agora as diversas opiniões referentes à<br />

natureza dos diversos organismos cultivados a partir de casos de lepra,<br />

será conveniente estabelecer as duas hipóteses opostas.<br />

1.º – As amostras obti<strong>da</strong>s, seriam, de um modo geral, culturas<br />

puras do bacilo de Hansen.<br />

O argumento principal favorável a esta hipótese é a “variação”<br />

bacteriana, fenômeno hoje perfeitamente admitido em bacteriologia, e<br />

particularmente na ordem Actinomycetales a que pertence o bacilo <strong>da</strong><br />

lepra. Sabe-se desde os trabalhos de CLAYPOLE, que os diversos tipos de<br />

Streptothrix apresentam sob condições diversas, alterações morfológicas e<br />

tintoriais muito amplas, observando-se por exemplo que certas amostras<br />

puras de bacilos ácido-resistentes passam para bacilos não ácidoresistentes<br />

mas Gram-positivos e, mais tarde, para formas Gram-positivas<br />

ramifica<strong>da</strong>s.<br />

Alguns estudos recentes tendem a demonstrar que na própria lesão<br />

leprótica há variações marca<strong>da</strong>s não só na morfologia bacteriana, o que já<br />

era conhecido de longa <strong>da</strong>ta, como também nas características tintoriais;<br />

crê-se assim que podem existir formas Gram-positivas de b. de Hansen<br />

não revela<strong>da</strong>s pela coloração de Ziehl. Com mais razão, poder-se-iam<br />

observar variações idênticas ou mais amplas nos meios artificiais de<br />

cultura, de acôrdo com as características químicas dêsse meio e as<br />

diversas condições ambientes.<br />

São importantes nessa ordem de idéias as experiências de SALLE,<br />

SALLE e MOSER, que conseguem, a partir de lepromas, culturas puras de<br />

bacilos ácido-resistentes em embrião de pinto e que assim se mantêm,<br />

mas que variam para “diftéroides”, não ácido-resistentes, assim que se<br />

transfere a cultura para meios artificiais ordinários.<br />

Os diversos tipos culturais obtidos poderiam portanto representar<br />

fases “cultiváveis” de um germe que apresenta aspecto particular no seu<br />

parasitismo humano. Tratar-se-ia portanto de períodos diferentes de um<br />

ciclo evolutivo próprio do bacilo de Hansen.<br />

Essa hipótese não é recente. Já em 1910, WILLIAMS, já citado a<br />

propósito <strong>da</strong> cultura de difteróides e cromogênicos na lepra, admitia que a<br />

causa <strong>da</strong> moléstia era um “streptothrix” muito pleomorfo que podia<br />

apresentar formas bacilares ácido-resistentes e difteróides não ácidoresistentes,<br />

em meios artificiais de cultura. Colaborando com LISTON,<br />

reafirmou

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