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Apresentação - BVS Ministério da Saúde

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– 57 –<br />

livro, o autor registrou o que conhecia na época a respeito de moléstias<br />

cutâneas, enriquecendo-o com a sua experiência.<br />

Nessa obra (51) verifica-se que a ciência do tempo já admitia o que<br />

hoje chamamos de lesões elementares cutâneas que, segundo<br />

BERNARDINO ANTONIO GOMES, seriam “afecção cutânea predominante e<br />

característica” sob a qual se reuniam “em ordem as molestias cutaneas<br />

caracteriza<strong>da</strong>s por essas lesões”.<br />

A lepra ou elefantiase, que pertencia à 8. a ordem caracteriza<strong>da</strong><br />

pelos “tubercula” (tuberculos) (*) mereceu dêste autor especial atenção,<br />

visto ser êle talvez, o cientista que mais conhecia a moléstia em sua<br />

época. Percorrera varios hospitais de lázaros <strong>da</strong> Metrópole e do Brasil e<br />

adquirira experiência que poucos teriam naquele tempo.<br />

Vinham aliás, de longe seus estudos dermatológicos, desde a<br />

primeira vez que viera em 1797, iniciando-os com o estudo <strong>da</strong>s boubas.<br />

Naquele tempo, a lepra era confundi<strong>da</strong> com outras molestias e<br />

vice-versa. Reinava confusão quanto aos nomes <strong>da</strong>dos à moléstia, por<br />

diversos autores em países e épocas diferentes; em parte devido às<br />

traduções impróprias. A palavra elefantiase, para LUCRÉCIO, era a lepra e<br />

para os árabes a elefantiase pròpriamente dita. A lepra dos gregos era<br />

diferente <strong>da</strong> lepra dos árabes, esta última com o sentido atual. Em<br />

diversos países, tinha denominações diversas a moléstia que no Brasil era<br />

morféa. A imperfeição do diagnóstico e, sobretudo, o desconhecimento<br />

do bacilo causador <strong>da</strong> infecção, sua patogenia e clínica, eram os motivos<br />

<strong>da</strong> confusão com outras moléstias, como a sífilis, a elefantiase, pelagra,<br />

sarna e escorbuto.<br />

Nos hospitais de lázaros, segundo Bernardino Antônio Gomes, não<br />

só leprosos estavam internados, mas outros doentes de diferentes<br />

moléstias cutâneas. (51) .<br />

“Em que confuzão não fica”, dizia BERNARDINO ANTÔNIO GOMES,<br />

– “o que consultando pela primeira vez as Obras, p. ex., dos Arabes,<br />

encontra descripta com o nome de Lepra a enfermi<strong>da</strong>de que os Gregos<br />

tinhão já, e muito melhor descripto com o nome de Elephantiasis, e acha<br />

depois em<br />

__________________<br />

(*) GOMES, BERNARDINO ANTONIO (Op. cit.) – “A Elephantiase, Mal de S.<br />

Lazaro. Tuberculos Varios em figura e grandeza, frequentemente como avelãs, duros,<br />

quasi insensiveis, precedidos de dormencia cutânea parcial, e acompanhados de<br />

depelação na cara e nas extremi<strong>da</strong>des, e d ' ulcesa superficial indolente no septo do<br />

nariz. Situação quasi exclusiva na cara, orelhas e extremi<strong>da</strong>des. Duração de muitos<br />

anos”. Página 15.

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