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Apresentação - BVS Ministério da Saúde

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– 259 –<br />

víduo pode readquirir a tuberculose pela reinfecção e com esta, também a<br />

imuni<strong>da</strong>de. Quando porém o indivíduo é sujeito a contacto contínuo com<br />

os doentes, como sucede com os médicos e com os enfermeiros, êle pode<br />

não perder a imuni<strong>da</strong>de e sim mantê-la sempre. Neste caso recebem<br />

bacilos e podem conservá-los sem que se tornem doentes, exercendo o<br />

papel de portadores de germes; êsses casos, no entanto seriam muito<br />

raros.<br />

Comparando-se com a tuberculose, teòricamente, poderia admitirse<br />

a existência de portadores de germes na lepra. Os nossos 63<br />

comunicantes que tiveram exame de muco positivo e nos quais a moléstia<br />

não se evidenciou mais tarde, deporiam a favor dessa hipótese. O mesmo<br />

se diga de 3 casos observados por FALCÃO, que tinham rinite e ulceração<br />

do septo, com pesquisas de bacilos positiva e que, acompanhados durante<br />

muito tempo, não se tornaram doentes de lepra.<br />

Em contraposição a essas observações, é preciso notar, verificámos<br />

apenas dois casos que depois se tornaram doentes de lepra e FALCÃO<br />

acompanhou 11 indivíduos nos quais surpreendeu a generalização <strong>da</strong><br />

moléstia. É portanto necessário considerar a hipótese de que os<br />

comunicantes com muco nasal positivo sejam doentes de lepra.<br />

Considerando os nossos achados, a existência de “portadores de<br />

germes” na lepra, permite supôr a presença de bacilos na mucosa nasal ou<br />

por uma lesão única, localiza<strong>da</strong> no nariz, ou pelo desenvolvimento dos<br />

mesmos em certas partes do organismo, especialmente nos gânglios,<br />

donde atingiriam a mucosa nasal, nela determinando uma lesão que lhes<br />

possibilite ganhar o exterior (pois, quando normal, a mucosa não seria<br />

atravessa<strong>da</strong> pelos mesmos). Ora, segundo ASKANAZY, (23) “ o portador de<br />

germes que permaneceu são clìnicamente, não escapou de todo à ação<br />

infecciosa, já que se formaram, no seu sangue, anticorpos específicos”.<br />

De outro lado, o fato de existirem bacilos no organismo permitiria supôr<br />

uma infecção leprosa latente, por exemplo, de localização ganglionar, (*)<br />

uma lepra incipiente com uma única manifestação nasal. Nêsses casos<br />

seriam interessantes<br />

__________________<br />

(*) Como MARCHOUX (La Lèpre, contagion et prophylaxie). Rev. d’Hyg. et de<br />

Méd. Prevent. 1930 (2) 89, observara na lepra dos ratos e também na lepra humana.<br />

Nesta última, juntamente com seus discípulos, teria demonstrado que a infecção<br />

ganglionar pode permanecer latente durante longo período de tempo e mesmo<br />

indefini<strong>da</strong>mente, podendo ser posta em evidência pela punção dos gânglios<br />

superficiais.

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