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Apresentação - BVS Ministério da Saúde

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– 278 –<br />

em 1923; foi enviado a Milão, de onde regressou ao Brasil,<br />

falecendo com lepra avança<strong>da</strong> em 1934. (*)<br />

É sabido que em certos Estados do Brasil é grande o número de<br />

estrangeiros que se infectaram, provindo quase todos êles de países<br />

indenes de lepra. Pudemos verificar isso entre os doentes fichados no<br />

Estado de São Paulo, onde foram matriculados, até junho de 1943, 22.169<br />

leprosos dos quais 4.313 eram estrangeiros.<br />

Anotemos ain<strong>da</strong> que no Hospital dos Lázaros (Rio de Janeiro)<br />

entre os 3.605 doentes, cujas fichas foram examina<strong>da</strong>s por SOUZA<br />

ARAUJO, (453) encontravam-se centenas de europeus: 508 portugueses; 42<br />

alemães; 28 espanhóis; 50 italianos; 12 suiços; 17 franceses; 2 austríacos;<br />

2 poloneses e 1 grego. Incluiam-se 5 norte-americanos entre os doentes.<br />

2.º – Doentes de lepra que saem de um país onde a lepra é<br />

endêmica e vão se estabelecer em outro, podem transmitir a moléstia<br />

neste último, em freqüência variável segundo os casos:<br />

A) O contágio é, via de regra, raro quando o doente emigra para<br />

um país no qual a endemia leprosa já se estabelecera e extinguira (é o que<br />

sucede quando os doentes se estabelecem na Europa) ;<br />

B) Se o doente ao invés, se dirige e fixa sua residência em zonas<br />

antes seguramente indenes de lepra, pode determinar ver<strong>da</strong>deira epidemia.<br />

Citam-se na literatura vários casos nessas condições (epidemia de<br />

Hawaii, Nova Caledônia, Islandia, Memel, Louisiana, Ilha Rodrigues e<br />

outras). Entre êstes vários focos que se formaram com grande rapidez, o<br />

caso <strong>da</strong> Ilha de Naurú, bastante recente e bem documentado, é um dos que<br />

mais eluci<strong>da</strong>m a questão <strong>da</strong> disseminação <strong>da</strong> lepra. Não havia casos de<br />

lepra até 1911. No ano seguinte dão entra<strong>da</strong> na ilha três casos<br />

diagnosticados, que foram depois expatriados ou faleceram, mas<br />

originaram quatro casos autóctones diagnosticados em junho de 1920. Em<br />

outubro dêsse mesmo ano, uma epidemia de influenza de tipo<br />

pneumônico, – com morbi<strong>da</strong>de igual a 100% e letali<strong>da</strong>de de 30% – matou<br />

3 dos 4 leprosos e o estado de fraqueza e desnutrição decorrentes, foi<br />

acusado como responsável pelo aparecimento de sintomas de lepra em<br />

30% dos sobreviventes.<br />

__________________<br />

(*) Noticias – Int. Journ. of Leprosy, 1936: (4), 528.

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