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Apresentação - BVS Ministério da Saúde

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– 322 –<br />

tidos os comunicantes, (*) uma pergunta se impõe diante dos casos<br />

assinalados na literatura e é a seguinte: a primeira manifestação aparente<br />

<strong>da</strong> moléstia corresponderia de fato ao ponto de entra<strong>da</strong> dos bacilos? É<br />

possível que a primeira lesão evidencia<strong>da</strong> seja realmente o cancro leproso,<br />

localizando-se no ponto do tegumento cutâneo ou <strong>da</strong> mucosa atravessado<br />

pelos germes. De outro lado, é admissível que o bacilo, tendo penetrado<br />

por determinado lugar <strong>da</strong> pele, possa antes ganhar os órgãos susceptíveis,<br />

para depois determinar a moléstia. Quando esta se desencadeia, há<br />

disseminação dos bacilos, podendo êstes localizar-se na pele, em “locus<br />

minoris resistentiae” causado, por exemplo, por um traumatismo. Nessas<br />

condições, haveria a possibili<strong>da</strong>de dos bacilos se localizarem em outra<br />

região <strong>da</strong> pele que não aquela pela qual êles penetraram inicialmente;<br />

assim, é possível que se venha admitir como primária uma lesão que na<br />

reali<strong>da</strong>de é secundária.<br />

É ain<strong>da</strong> viável, pelo menos nas observações em que o contrôle dos<br />

comunicantes não é muito rigoroso, que outras lesões tenham precedido a<br />

suposta lesão inicial e, em segui<strong>da</strong>, regredissem espontaneamente, sem<br />

deixar “reliquat”.<br />

Ajunte-se ain<strong>da</strong> que a ausência de generalização <strong>da</strong> infecção<br />

leprótica após a destruição ou extirpação de uma lesão ti<strong>da</strong> como<br />

primária, não constitue elemento indiscutível em apôio <strong>da</strong> existência de<br />

casos em que a marcha <strong>da</strong> moléstia é espontaneamente abortiva.<br />

As dificul<strong>da</strong>des para se surpreender a lesão primária são grandes.<br />

Uma delas é que o cancro leproso, ao que parece, não se evidenciaria por<br />

uma lesão característica, como geralmente ocorre na sífilis, onde o cancro<br />

duro, tanto clínica como histopatologicamente, pode apresentar aspectos<br />

peculiares, seja qual fôr a sua localização, embora possa acusar diferenças<br />

não só clínicas como histológicas.<br />

Sem negar em absoluto a existência do cancro leproso, no<br />

caso de ser possível evidenciá-lo é admissível supôr que êle tenha<br />

aspectos clínicos ou histopatológicos peculiares, de um lado para<br />

os doentes com capaci<strong>da</strong>de reativa deficiente (lepromino-reação de<br />

Mitsu<strong>da</strong> negativa) e de outro para os que possuem defesas mais<br />

__________________<br />

(*) “Comunicantes” ou “contactos” são as pessôas que tiveram convivência<br />

direta com os doentes de lepra.

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