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Apresentação - BVS Ministério da Saúde

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– 72 –<br />

Em regra, não havia pessoal são empregado nesses asilos, mas, nos<br />

raros que os tinham, seu número era limitado. Alguns zeladores sãos<br />

moravam com suas esposas e filhos menores. Em regra, o mais respeitado<br />

dos doentes assumia a direção do abrigo.<br />

A assistência médica era feita em alguns abrigos, limitando-se,<br />

porém, ao tratamento <strong>da</strong>s intercorrências.<br />

Em geral êsses asilos eram fun<strong>da</strong>dos por socie<strong>da</strong>des locais que<br />

haviam conseguido certo patrimônio por meio de subscrições públicas ou<br />

contribuição de sócios.<br />

Outras vêzes eram as próprias edili<strong>da</strong>des (Campinas, Jaboticabal)<br />

que tomavam a si a tarefa de construí-los e mantê-los. A maioria dos<br />

asilos fun<strong>da</strong>dos por socie<strong>da</strong>des particulares, contava com subvenções<br />

municipais e estaduais.<br />

Não raro, as socie<strong>da</strong>des que haviam creado êsses abrigos se<br />

dissolviam, e os asilos subsistiam. Em Mogi-Mirim (São Paulo) os<br />

doentes construiram suas próprias casas.<br />

Havia, também, alguns asilos no interior do Estado de São Paulo,<br />

constituidos de bons e grandes prédios como os de Rio Claro e Campinas<br />

que, apesar de singelos, contavam com relativo confôrto.<br />

4. Em diversas <strong>da</strong>s principais ci<strong>da</strong>des brasileiras do tempo<br />

colonial e monárquico foram fun<strong>da</strong>dos, como veremos mais adiante,<br />

hospitais destinados aos doentes de lepra, alguns dos quais subsistem,<br />

como os do Rio e Bahia, porém, melhorados e dentro de suas finali<strong>da</strong>des.<br />

No Maranhão e em S. Paulo já não existem mais os antigos e tristes<br />

hospitais de lázaros, cuja existência foi um rosário de privações.<br />

Realizando na medi<strong>da</strong> dos recursos, a assistência satisfatória a<br />

pequena parte dos necessitados, alguns dêsses hospitais em constantes<br />

dificul<strong>da</strong>des e completamente inadequados, não passavam, infelizmente,<br />

de méros depósitos de doentes, apesar do título que possuiam. A<br />

impressão dos viajantes e <strong>da</strong>s pessoas que os visitavam era quase<br />

unânime. Havia falta de qualquer confôrto, e às vezes, do mais essencial.<br />

Dramática era a vi<strong>da</strong> do hospital de Gavião, de São Luiz do Maranhão,<br />

segundo observou SOUZA ARAUJO (9) em 1933.<br />

Reinava ali completa indisciplina. Os doentes freqüentavam as<br />

meretrizes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, ou as recebiam no asilo. Inacreditável o espírito<br />

supersticioso de certas mulheres <strong>da</strong> classe média, que iam ao hospital,<br />

para ter relações com os morféticos afim de cumprir promessas. Os<br />

doentes esmolavam nas ruas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e por sôbre os muros do cemitério.

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