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Apresentação - BVS Ministério da Saúde

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– 273 –<br />

Ascendia a 152 o número de pessoas que tinham pai ou mãe<br />

doentes. Entre êsses <strong>da</strong>dos importa fazer uma distinção, pela qual foram<br />

subdivididos em três grupos, a fim de permitirem melhor interpretação<br />

epidemiológica.<br />

Por essa subdivisão, assinala<strong>da</strong> no quadro estatístico, vemos que<br />

em 17,5% dos casos os doentes nasceram antes dos pais se tornarem<br />

leprosos e em 2,8% os próprios filhos teriam contaminado os pais.<br />

Apenas em 7,7% dos casos os filhos nasceram quando os pais já eram<br />

doentes de lepra. Mesmo que admitíssemos fosse esta última cifra<br />

indicadora <strong>da</strong> transmissão hereditária <strong>da</strong> lepra, abstraindo a contaminação<br />

no meio familiar, podemos ver que êsse modo de transmissão ocorria<br />

raramente, sem explicar como teriam adquirido a moléstia os restantes<br />

92,3% dos pacientes.<br />

Do próprio estudo <strong>da</strong> propagação <strong>da</strong> lepra no meio familiar vemos<br />

que os pais, e muito mais raramente os avós, são responsáveis pela<br />

contaminação dos filhos em cêrca de 50% dos casos, sem levarmos em<br />

conta que muitas crianças são procria<strong>da</strong>s estando os pais sadios.<br />

De todos êsses <strong>da</strong>dos inferem-se, portanto, elementos contrários à<br />

transmissão hereditária <strong>da</strong> lepra. Como bem acentua JADASSOHN e como é<br />

geralmente aceito, a lepra é uma “doença de moradores <strong>da</strong> mesma casa”,<br />

os estranhos podendo contagiar-se com a mesma facili<strong>da</strong>de que os<br />

membros de uma família, desde que vivam na mesma casa, em contacto<br />

com o doente.<br />

4.º – As diversas epidemias de lepra registra<strong>da</strong>s em várias regiões<br />

do mundo não podem ser explica<strong>da</strong>s por herança e sim pelo contágio. Se a<br />

transmissão <strong>da</strong> lepra realmente tivesse lugar dos pais para os filhos não<br />

seria possível à lepra propagar-se de maneira tal que assumisse carater<br />

epidêmico. Do mesmo modo, não permitiria explicar o declínio <strong>da</strong> lepra<br />

com as medi<strong>da</strong>s rigorosas de profilaxia, embora os seus partidários<br />

atribuam a eficiência do isolamento ao fato de ser impedido o casamento<br />

dos leprosos. Entretanto, mesmo essa defesa não encontra apôio nos<br />

<strong>da</strong>dos epidemiológicos obtidos sôbre o isolamento <strong>da</strong>s crianças logo ao<br />

nascer.<br />

5.º – Os estrangeiros que não têm ascendentes leprosos adquirem a<br />

moléstia quando emigram para os focos leprogênicos. Para não nos<br />

alongarmos neste ponto, basta mencionarmos que o número de fichados<br />

do Departamento de Profilaxia <strong>da</strong> Lepra do Estado de São Paulo atinge a<br />

cifra de 22.026 doentes; dêsses 4.210 são estrangeiros, a maioria<br />

F. 18

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