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Apresentação - BVS Ministério da Saúde

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– 78 –<br />

No Rio, quando em 1698 o Governador ARTUR S. E MENEZES<br />

expoz a situação <strong>da</strong> endemia ao Conselho <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de, pedindo um<br />

Hospital ao Rei de Portugal, a situação era grave. Êste Governador<br />

referira-se às dezenas de leprosos existentes em São Cristovão. (69) .<br />

Sessenta anos depois, em 1763, a endemia em na<strong>da</strong> cedera, pois o<br />

Conde <strong>da</strong> Cunha levava à presença de Sua Magestade,<br />

“o grande perigo em que esta Ci<strong>da</strong>de (do Rio) se acha,<br />

causa<strong>da</strong> pelo mal contagioso <strong>da</strong> morféa, porque já não há rua, nem<br />

praça, onde se não encontrem leprosos, nem também ribeiro ou<br />

fonte em que êles não se banhem, e por esta causa tô<strong>da</strong>s as águas<br />

estão infecciona<strong>da</strong>s, e to<strong>da</strong> essa grande terra no risco de a devorar<br />

esse tremendo fogo, que em todo o Brasil se tem ateado”. (3).<br />

Na Bahia o problema não era menos grave, conforme as<br />

informações conti<strong>da</strong>s nêste mesmo ofício do Conde <strong>da</strong> Cunha, ao se<br />

referir ao perigo que representava a lepra para a ci<strong>da</strong>de do Rio. Declarava,<br />

nesse documento, que em razão de não se terem separado os primeiros<br />

lázaros na Bahia, o contágio era grande no tempo que êle viera de Angola.<br />

As medi<strong>da</strong>s que solicitara para o Rio de Janeiro destinavam-se,<br />

justamente, a evitar maior propagação <strong>da</strong> moléstia nessa ci<strong>da</strong>de, como<br />

acontecera na Bahia. Pretendia, pedindo providências, eximir-se, como<br />

governador zeloso, de tamanha culpa de incúria.<br />

Os doentes perambulavam em grande número, dormindo nas ruas<br />

e nos adros <strong>da</strong>s Igrejas<br />

. (70).<br />

Parece, entretanto, não haver concordância entre as afirmações do<br />

Conde <strong>da</strong> Cunha a respeito <strong>da</strong> promiscui<strong>da</strong>de dos enfermos, e a referência<br />

do Conde dos Arcos, sôbre a existência, em 1762, de um pequeno<br />

lazareto, no arrabalde de “S. Lázaro”, onde por muitos anos eram<br />

recolhidos os doentes, segundo SILVA LIMA, citação de SOUZA ARAUJO.<br />

(9)<br />

Em Pernambuco, a lepra também já era problema médico-social de<br />

relevância, desde os primeiros anos do século XVIII, tanto que em 1714<br />

(9)<br />

e não mais tarde, segundo certos autores, já havia sido fun<strong>da</strong>do um<br />

hospital, que chegou até nossos dias. (9)<br />

Em Minas Gerais desde 1787 grassava a lepra tendo um<br />

filântropo doado terras em Sabará para a construção de um hospital de<br />

Lázaros. (71) .

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