16.04.2013 Views

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

104 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />

poesia, “No meio do caminho” se estampa na companhia <strong>de</strong> outros<br />

poemas que popularizaram Drummond, tais como “Poema <strong>de</strong> sete faces”<br />

(o que fala do poeta “gauche”), “Quadrilha”, “Cida<strong>de</strong>zinha qualquer” e<br />

“Cota zero”. Todos eles comprometidos com o que havia <strong>de</strong> mais<br />

mo<strong>de</strong>rno na poesia brasileira.<br />

Recepção do poema<br />

A recepção é curiosa, polêmica, oscilante entre aplausos entusiastas<br />

e ridicularizações <strong>de</strong>molidoras. O próprio poeta escreveu um livro,<br />

tematizando o que se disse em relação ao poema. 2 Dele pinçamos alguns<br />

comentários, que irão constituir parte <strong>de</strong>ste texto. 3 A obra foi<br />

ridicularizada pelos conservadores em matéria <strong>de</strong> Literatura, causou<br />

irritação em vários intelectuais, foi incompreendida por outros e, claro,<br />

foi elogiada pelos mo<strong>de</strong>rnistas ortodoxos. Entre os críticos que a<br />

maltrataram e que partiram para uma avaliação irônico-humorística,<br />

citam-se:<br />

– Gondim da Fonseca – ao escrever que Drummond vê uma pedra<br />

no meio do caminho, coisa que todo dia acontece com todo o mundo<br />

(“ainda mais agora que as ruas da cida<strong>de</strong> inteira estão em obras”) e fica<br />

repetindo a coisa como papagaio. Acrescenta que não apareceu uma alma<br />

caridosa que pegasse essa pedra e esborrachasse com ela o crânio do<br />

poeta. 4<br />

– Agripino Grieco – ao <strong>de</strong>clarar que Drummond, nesse poema, não<br />

faz outra coisa senão atrapalhar as autorida<strong>de</strong>s, quando se insurge contra<br />

2 ANDRADE, Carlos Drummond <strong>de</strong>. Uma pedra no meio do caminho: biografia <strong>de</strong> um<br />

poema. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Ed. do Autor, 1967. 194 p.<br />

3 Este texto correspon<strong>de</strong> à palestra proferida na Fundação Cultural Carlos Drummond <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong>, em Itabira-MG, por ocasião da abertura do 34º Festival <strong>de</strong> Inverno <strong>de</strong> Itabira, em<br />

2 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2008.<br />

4 Correio da Manhã, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 9 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1938. In: ANDRADE, Carlos Drummond<br />

<strong>de</strong>. Uma pedra no meio do caminho: biografia <strong>de</strong> um poema. Op. cit., p. 32.<br />

Revista Volume LI.p65 104<br />

12/5/2009, 15:29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!