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DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

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Antropólogo e humanista: Franz Boas (1858-1942) ________________________________________ Zanoni Neves 119<br />

Vejamos um trecho do artigo “Os objetivos da pesquisa<br />

antropológica” (1932) em que Boas lança um forte argumento contra os<br />

exageros do difusionismo, uma das orientações teóricas predominantes<br />

em sua época:<br />

Não é um método seguro supor que todos os fenômenos<br />

culturais análogos precisem estar historicamente relacionados.<br />

Em cada caso é necessário exigir prova <strong>de</strong> relação<br />

histórica, que <strong>de</strong>ve ser tanto mais rígida quanto menos<br />

evidência houver <strong>de</strong> um contato real, seja ele recente ou<br />

antigo. (2)<br />

A “prova” nada mais é do que o material da pesquisa <strong>de</strong> campo e<br />

<strong>de</strong> relatos históricos consistentes.<br />

Os <strong>de</strong>terminismos biológico, econômico e geográfico foram por ele<br />

refutados. Neste particular, vejamos um exemplo que po<strong>de</strong> ser<br />

encontrado no artigo acima mencionado:<br />

Os geógrafos tentam <strong>de</strong>rivar todas as formas da cultura<br />

humana do ambiente geográfico no qual o homem vive. Por<br />

mais importante que possa ser esse aspecto, não temos<br />

evidência <strong>de</strong> uma força criativa do ambiente. Tudo o que<br />

sabemos é que qualquer cultura é fortemente influenciada por<br />

seu meio ambiente, e que alguns elementos <strong>de</strong> cultura não<br />

po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>senvolver num cenário geográfico <strong>de</strong>sfavorável,<br />

assim como outros po<strong>de</strong>m ser por ele favorecidos. Basta<br />

observar as diferenças fundamentais <strong>de</strong> cultura que se<br />

<strong>de</strong>senvolvem, uma após a outra, no mesmo ambiente, para<br />

nos fazer compreen<strong>de</strong>r as limitações das influências ambientais.<br />

(3)<br />

Posteriormente, alguns autores aprofundaram o conhecimento da<br />

relação entre natureza e cultura. Vale lembrar, por exemplo, Marshall<br />

Sahlins, para quem “a cultura age seletivamente” (...) sobre o meio<br />

Revista Volume LI.p65 119<br />

12/5/2009, 15:29

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