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DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

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172 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />

Em se tratando <strong>de</strong> discurso, certamente, o real, tal como na<br />

travessia <strong>de</strong> Rosa, dispõe-se é no meio da oração, muito aquém do<br />

exórdio e além da peroração, cada qual a seu gosto como ensinava o<br />

professor Alberto Deodato, também <strong>de</strong>putado mineiro, para quem os<br />

oradores políticos po<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>ixar dormir a plateia em meio à mais<br />

intensa verbosida<strong>de</strong> para acordá-la com excitante e ar<strong>de</strong>nte peroração a<br />

fim <strong>de</strong> merecer justos aplausos ao final apoteótico.<br />

Foi assim pensando que, muitos anos antes, assistiu razão ao Padre<br />

Antônio Vieira quando disse no Sermão da Sexagésima que “toda altura<br />

é um precipício”.<br />

Parodiando Riobaldo, dir-vos-ei: discursar é muito perigoso.<br />

Minha pronta aceitação do honroso convite do Presi<strong>de</strong>nte Alberto<br />

Pinto Coelho para saudar-vos como orador oficial <strong>de</strong>sta solenida<strong>de</strong>, ilustres e<br />

eminentes agraciados com a enobrecedora Medalha do Mérito Legislativo<br />

<strong>de</strong> Minas Gerais, foi ditada pela justaposição <strong>de</strong> duas circunstâncias.<br />

Primeira, a <strong>de</strong> ser Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>Mineira</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong>, que<br />

<strong>de</strong>stinou parte <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste ano para exaltar João Guimarães<br />

Rosa, em cuja homenagem realizou uma semana inteira <strong>de</strong> palestras e<br />

conferências sobre a obra e o autor, todas proferidas por ilustres<br />

intelectuais mineiros e brasileiros.<br />

E também pelo muito que esta centenária e gloriosa instituição tem<br />

realizado em favor da cultura <strong>de</strong> Minas, em permanecer sempre zelosa<br />

guardiã <strong>de</strong> nossas mais caras tradições, foi que a homenageastes,<br />

agraciando-a hoje com esta Medalha do Mérito do Legislativo Mineiro<br />

A outra é a <strong>de</strong> recair a distinção num velho companheiro <strong>de</strong><br />

parlamento, a cujo prestígio e dignificação <strong>de</strong>diquei quase meio século <strong>de</strong><br />

minha vida, em especial à Assembleia Legislativa <strong>de</strong> Minas Gerais, para<br />

a qual fui eleito no ano já distante <strong>de</strong> 1958, ali permanecendo por duas<br />

legislaturas antes <strong>de</strong> seguir para a Câmara Fe<strong>de</strong>ral, o Senado da<br />

República e outros postos na vida pública.<br />

Fizestes muito bem em escolher Guimarães Rosa como patrono<br />

<strong>de</strong>ste grandioso evento.<br />

Escritor que já nasceu clássico, assim a ele se referiu Wilson<br />

Martins, seu livro Gran<strong>de</strong> Sertão: Veredas “caiu impiedosamente sobre a<br />

Revista Volume LI.p65 172<br />

12/5/2009, 15:29

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