16.04.2013 Views

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

120 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />

ambiente, “explorando <strong>de</strong>terminadas possibilida<strong>de</strong>s e limites ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, para o qual as forças <strong>de</strong>cisivas estão na própria cultura<br />

e na história da cultura.” (4)<br />

No texto “Alguns problemas <strong>de</strong> metodologia nas ciências sociais”,<br />

<strong>de</strong> 1930, Franz Boas já abordava a questão racial:<br />

Certas linhas <strong>de</strong> investigação se <strong>de</strong>senvolveram com a<br />

finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> explicar como as complexida<strong>de</strong>s da vida<br />

cultural <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um único conjunto <strong>de</strong> condições.<br />

Exatamente agora vem-se atribuindo gran<strong>de</strong> ênfase à raça<br />

como um <strong>de</strong>terminante da cultura. (5)<br />

E, em seguida, questiona: “Não acredito que se tenha dado até hoje<br />

qualquer prova convincente <strong>de</strong> uma relação direta entre raça e cultura.” (6)<br />

Diante das i<strong>de</strong>ologias racistas predominantes em sua época, Franz<br />

Boas pon<strong>de</strong>rou que o preconceito racial <strong>de</strong>veria ser explicado por fatores<br />

culturais e não por fatores biológicos. Vejamos a seguir uma citação do<br />

artigo “Raça e Progresso”, <strong>de</strong> 1931, no qual sua crítica torna-se mais<br />

incisiva:<br />

Acredito que o estado atual <strong>de</strong> nosso conhecimento nos<br />

autoriza a dizer que, embora os indivíduos difiram, as<br />

diferenças biológicas entre as raças são pequenas. Não há<br />

razão para acreditar que uma raça seja naturalmente mais<br />

inteligente, dotada <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, ou<br />

emocionalmente mais estável do que outra, e que essa<br />

diferença iria influenciar significativamente sua cultura. (7)<br />

As i<strong>de</strong>ologias racistas preconizavam a superiorida<strong>de</strong> das populações<br />

caucasói<strong>de</strong>s e a inferiorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras, como as negrói<strong>de</strong>s, por<br />

exemplo, conforme terminologia amplamente utilizada naquele período<br />

histórico.<br />

O preconceito racial advém <strong>de</strong> uma visão autocentrada na cultura<br />

do grupo que discrimina: indivíduos <strong>de</strong> uma raça ou <strong>de</strong> uma etnia<br />

Revista Volume LI.p65 120<br />

12/5/2009, 15:29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!