DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
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O<strong>de</strong> a um brasileiro (dois, em três capítulos) _____________________________________________ Henrique Leal 225<br />
holan<strong>de</strong>ses por motivos econômicos e sim filosóficos, na visão do<br />
<strong>de</strong>putado e professor <strong>de</strong> Teologia, Durval Ângelo, outro estudioso sobre<br />
o assunto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos do Seminário Santo Antônio).<br />
Mas vamos voltar ao início da história – toda história tem um – e o<br />
nosso se passa no final do século XVIII quando, no distrito <strong>de</strong> Brumal,<br />
em Santa Bárbara, encontrava-se certo fazen<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> nome Domingos<br />
José Teixeira Penna, “cujos parentes foram posteriormente feitos Barões<br />
<strong>de</strong> Ribeiro da Pena” 3 . Domingos José, após tentar a carreira das armas<br />
(exército) e a vocação eclesiástica (seminário), entrega-se aos encantos<br />
das novas terras. E também das mulheres: casa-se duas vezes, a segunda<br />
com Ana Moreira dos Santos que, em 30 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1847, dá à luz<br />
Affonso Augusto Moreira Penna, mais tar<strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte do Brasil no<br />
período <strong>de</strong> 15/11/1906 a 14/6/1909.<br />
Não se po<strong>de</strong> dizer que Affonso Penna não tenha sido um sujeito <strong>de</strong><br />
sorte: por volta <strong>de</strong> 1874, como simples advogado em Santa Bárbara, foi<br />
procurado pela po<strong>de</strong>rosa Antonia Thomasia Figueiredo Neves, viúva do<br />
Tenente-Coronel José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, o Barão <strong>de</strong><br />
Cocais, um dos homens mais ricos <strong>de</strong> que se tem notícia na história do<br />
Brasil. O motivo não era outro: o inventário da família. Consta que a<br />
Baronesa tão contente ficou com a eficiência do jovem advogado (e já<br />
<strong>de</strong>putado pelo Partido Liberal) que <strong>de</strong>u-lhe <strong>de</strong> presente uma mina <strong>de</strong><br />
ouro, a Santa Quitéria, localizada no distrito <strong>de</strong> Barra Feliz (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1985 a<br />
Fazenda Santa Quitéria não mais pertence à família Affonso Penna; filho<br />
<strong>de</strong> Penna Junior, Gilberto, que me conce<strong>de</strong>u sua última entrevista, antes<br />
<strong>de</strong> vir a falecer no Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1997, lembra que durante sua<br />
infância brincava com os lingotes <strong>de</strong> ouro produzidos pelo avô).<br />
Pulemos 1866, com Afonso Penna, aos 19 anos, partindo para São<br />
Paulo em direção à Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito (<strong>de</strong> sua turma, nomes como Rui<br />
Barbosa, Castro Alves, Joaquim Nabuco e Rodrigues Alves, mais tar<strong>de</strong><br />
também Presi<strong>de</strong>nte do Brasil). Dizem que com Castro Alves apren<strong>de</strong>u o<br />
fervor pela causa abolicionista e pela literatura, e que com Rodrigues<br />
Alves interessou-se <strong>de</strong> vez pela política. Em 1874, em carta ao pai, já<br />
eleito <strong>de</strong>putado pelo PL para o biênio 1874-5, dá conta <strong>de</strong> seu casamento<br />
com Maria Guilhermina <strong>de</strong> Oliveira, filha do Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Carandaí. Já<br />
Revista Volume LI.p65 225<br />
12/5/2009, 15:29