DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
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154 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />
A recente exposição O Olhar Mo<strong>de</strong>rnista <strong>de</strong> JK realizada em Belo<br />
Horizonte, no Palácio das Artes (<strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2008 a 1º <strong>de</strong><br />
março <strong>de</strong> 2009), com curadoria <strong>de</strong> Denise Mattar, trouxe várias obras <strong>de</strong><br />
artistas que participaram da “I Semana <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna” realizada em<br />
Belo Horizonte em 1944, a pedido do prefeito JK e por recomendação <strong>de</strong><br />
Rodrigo Melo Franco <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, seu gran<strong>de</strong> conselheiro. “A<br />
Semaninha”, como ficou conhecida, tinha como curadores Alberto da<br />
Veiga Guignard e J. Guimarães Menagale. O título <strong>de</strong>la remetia àquela<br />
realizada em São Paulo em 1922. Os artistas escolhidos pelos curadores<br />
eram talentosos paulistas e cariocas e <strong>de</strong> outros estados, mas viviam no<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro ou em São Paulo. Todos os participantes e seus trabalhos<br />
eram conhecidos e admirados especialmente por Guignard, que já estava<br />
em Belo Horizonte para fundar a escola que hoje leva seu nome, a pedido<br />
do futuro presi<strong>de</strong>nte e por recomendação do mesmo Rodrigo Melo<br />
Franco <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>.<br />
Como a arte é filha do tempo, alguns artistas, mesmo talentosos,<br />
foram per<strong>de</strong>ndo o élan vital da criação, pararam <strong>de</strong> pintar, ficaram<br />
esquecidos e suas obras <strong>de</strong>saparecidas com o passar dos anos. Uma certa<br />
pintora, Marta Loutsch, parece pertencer àquele grupo <strong>de</strong> pessoas que<br />
nasceram antes <strong>de</strong> seu tempo. Ela foi a única, vivendo em Minas Gerais,<br />
a integrar o grupo, na cida<strong>de</strong> que tinha Genesco Murta, Aníbal Matos,<br />
Herculano Campos, Delpino e outros. Apesar <strong>de</strong> a escolha <strong>de</strong> seu nome<br />
ter sido convite pessoal <strong>de</strong> Guignard e suas obras terem sido avalizadas<br />
por ele e, ao longo dos anos seguintes, esse aval <strong>de</strong>vesse servir <strong>de</strong><br />
garantia <strong>de</strong> perpétua qualida<strong>de</strong> artística da mais alta estirpe, po<strong>de</strong>mos<br />
acrescentá-la na lista dos artistas incompreendidos pelo gran<strong>de</strong> público e<br />
até mesmo da crítica na época. Durante meus longos anos <strong>de</strong><br />
colecionador é a primeira vez que vejo seus trabalhos. Dommage! Se<br />
apenas Menegale, Guignard e alguns poucos colegas <strong>de</strong> paleta <strong>de</strong>la<br />
compreen<strong>de</strong>ram suas obras, hoje, essa alemã, que escolheu o Brasil como<br />
sua segunda pátria, po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada uma das mais brilhantes<br />
pintoras do Brasil, do mesmo nível <strong>de</strong> Tarsila ou <strong>de</strong> Anita. Talento e<br />
qualida<strong>de</strong> nos trabalhos não lhe faltaram. Faltou um marqueteiro ou um<br />
marchand interessado e que insistisse em mostrar aos poucos<br />
Revista Volume LI.p65 154<br />
12/5/2009, 15:29