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DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

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138 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />

Este é o retrato <strong>de</strong> uma época em que o teatro se vê perdido e<br />

perplexo diante da falência das i<strong>de</strong>ologias, da falta <strong>de</strong> perspectiva, da<br />

imensa injustiça social, do ter em lugar do ser, das novas mídias que<br />

avançam vorazes e vão jogando na lata <strong>de</strong> lixo da memória qualquer<br />

coisa que não consi<strong>de</strong>rem contemporânea e on<strong>de</strong> o autor teatral é tido<br />

como um mamute em extinção.<br />

Não sei se tudo isso é bom ou péssimo, mas é o panorama atual do<br />

teatro mundial, fundado na <strong>de</strong>scrença das pessoas na política, na<br />

filosofia, na ética, no pensamento e, em especial, em qualquer coisa que<br />

pareça uma causa coletiva. Só o tempo vai dizer sobre a valida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />

novo conceito <strong>de</strong> “autoria teatral”, se ele prevalecer sobre as formas<br />

convencionais da escrita cênica.<br />

Chegamos ao terceiro milênio e o teatro, apesar <strong>de</strong> tudo, consegue<br />

sobreviver a duras penas a tantas variáveis e obstáculos colocados em seu<br />

caminho, mesmo que para isso tenha que ignorar as conquistas que<br />

obteve ao longo dos séculos.<br />

É um hiato apenas? Sempre me pergunto isso quando assisto a uma<br />

<strong>de</strong>ssas encenações ditas experimentais, mas que também nós já fizemos<br />

lá pelos anos sessenta, quando as canetas vermelhas dos censores<br />

mutilavam impiedosamente as obras <strong>de</strong> arte <strong>de</strong> nossos autores. Era o<br />

ininteligível diante das circunstâncias. E quando assisto e não entendo<br />

por que o dramaturgo <strong>de</strong> plantão naquele espetáculo só consegue falar <strong>de</strong><br />

seu próprio umbigo, e isso não me atinge nem me emociona, é que<br />

pergunto: on<strong>de</strong> está o autor?<br />

Revista Volume LI.p65 138<br />

12/5/2009, 15:29

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