16.04.2013 Views

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

150 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificado primeiramente em uma <strong>de</strong>scrição da vida econômica das<br />

Minas coloniais:<br />

Mas no momento em que o Aleijadinho, ali pelos trinta anos<br />

<strong>de</strong> vida ou talvez mais, impôs o gênio <strong>de</strong>le, Minas <strong>de</strong>caía<br />

como quem <strong>de</strong>spenca. O que perseverava era apenas o brilho<br />

exterior. E este, essa tradição <strong>de</strong> fausto é que alimentou e<br />

graças-a-<strong>de</strong>us fez funcionar Antônio Francisco Lisboa, e o<br />

parceiro <strong>de</strong>le na pintura, Manuel da Costa Ataí<strong>de</strong>.<br />

(ANDRADE, op. cit.:19)<br />

Ainda sobre as condições sociais do trabalho <strong>de</strong> Antônio Francisco<br />

Lisboa, Mário observa que o escultor mineiro, adotando um conceito<br />

totalista <strong>de</strong> criação, reinventa o espírito do ateliê renascentista entre nós.<br />

É arquiteto, escultor e entalhador; e “congrega discípulos que lhe<br />

<strong>de</strong>sbastavam a pedra e esculpiam a parte menos importante da talha.”<br />

(ANDRADE, op. cit.: 17)<br />

O Aleijadinho apresenta alguns postulados artísticos andradianos:<br />

o respeito e a a<strong>de</strong>quação do criador às imposições do material a ser<br />

trabalhado são vistos como fatores “moralizantes”. A moralida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve<br />

aqui ser entendida como índice <strong>de</strong> coletivida<strong>de</strong>. Esses fatores, enquanto<br />

condicionadores da imaginação do artista, limitam-no a uma expressão<br />

mais socializante e menos individualista. A arte <strong>de</strong> Antônio Francisco<br />

Lisboa apresenta esse mérito: “A ‘moralida<strong>de</strong>’ das esculturas <strong>de</strong>le é<br />

prodigiosa por isso. Na pedra foi um plástico intrínseco, na ma<strong>de</strong>ira um<br />

expressionista às vezes feroz.” (ANDRADE, op. cit.: 37) Mário observa<br />

que, também como arquiteto, o Aleijadinho soube valer-se do mesmo<br />

princípio <strong>de</strong> economia formal, da funcionalida<strong>de</strong> objetiva, escapando da<br />

“luxuosida<strong>de</strong> e da superfectação” características do período.<br />

Os dois artigos <strong>de</strong> Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> prestam uma homenagem<br />

reconhecida a dois gran<strong>de</strong>s artistas brasileiros. Valorizando-lhes a obra, o<br />

poeta redimensiona-os segundo seus propósitos mo<strong>de</strong>rnistas.<br />

Revista Volume LI.p65 150<br />

12/5/2009, 15:29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!