DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
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Aires: uma rica história <strong>de</strong> saber e <strong>de</strong> cultura _______________________________ José Bento Teixeira <strong>de</strong> Salles 41<br />
publicação ganhou então crescente prestígio, com tiragem <strong>de</strong> várias<br />
edições.<br />
Apesar disso, o ilustre diamantinense confessa na entrevista já<br />
citada, em um misto <strong>de</strong> sincerida<strong>de</strong> e humor – tão característicos <strong>de</strong>le:<br />
“No livro, eu faço um estudo científico e até adotei um método, porque<br />
naquela época eu era mais ignorante do que hoje.”<br />
Humor e modéstia à parte, que edificante exemplo para tantos<br />
falsos gênios <strong>de</strong> al<strong>de</strong>ia!<br />
Mais tar<strong>de</strong>, Aires da Mata Machado Filho volta a ser homenageado<br />
pela <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> Brasileira <strong>de</strong> <strong>Letras</strong>, que lhe conce<strong>de</strong>u o Prêmio Machado<br />
<strong>de</strong> Assis, pelo conjunto <strong>de</strong> sua obra literária.<br />
Na oportunida<strong>de</strong>, ao saudá-lo, Abgar Renault ressaltou, em síntese,<br />
mas com absoluta precisão, a trajetória literária do Professor Aires:<br />
“Nada do que pensais e escreveis é feito a vulto: tudo nasce da pesquisa e<br />
amadurece na meditação.”<br />
A homenagem da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> Brasileira <strong>de</strong> <strong>Letras</strong> representou a<br />
consagração, o reconhecimento nacional do trabalho que nós, mineiros, e,<br />
a crítica especializada já <strong>de</strong> há muito admiravamos.<br />
Além disso, é justo observar que se o primeiro prêmio projeta a<br />
importância e a dimensão do livro maior do autor, o segundo veio<br />
coroar a brilhante e fecunda carreira do autor <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 50 livros<br />
publicados.<br />
Em artigo escrito no já mencionado número especial do Suplemento<br />
Literário, Sônia Queiroz especifica os <strong>de</strong>sdobramentos dos vissungos em<br />
boiado, tirado pelo mestre cantor sem qualquer acompanhamento e o<br />
dobrado, que é a resposta dos outros garimpeiros em coro, “às vezes com<br />
acompanhamentos <strong>de</strong> ruídos e gritos com os próprios instrumentos<br />
usados na tarefa mineradora.”<br />
Quando o trabalho do Aires foi feito em São João da Chapada e em<br />
Quartel do Indaiá, subsistia, é claro, o canto vissungo na região, mas não<br />
havia ainda pesquisa sistematizada sobre o assunto. Daí, o sentido<br />
pioneiro e <strong>de</strong>sbravador <strong>de</strong> Aires da Mata Machado Filho. Hoje, quando<br />
os estudiosos folcloristas se <strong>de</strong>spertam para o tema, é que melhor se<br />
avalia sua significação e importância. Nos vissungos ressoam e<br />
Revista Volume LI.p65 41<br />
12/5/2009, 15:29