DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

RESENHA
BADARÓ, Murilo. Memórias póstumas de
Francisco Badaró. Belo Horizonte:
Claroenigma, 2008. 297 p.
Onofre de Freitas*
No gênero é a primeira tentativa do autor. Um prólogo e 25
capítulos contam a vida de Francisco Badaró, figura singular de homem
público de Minas Novas, MG, onde atuou como promotor, juiz e prefeito,
e donde esteve ausente por um longo período em que exerceu a função de
deputado e, depois, embaixador junto à Santa Sé.
A ação decorre entre 1740 e 1921, período dos mais efervescentes
da nossa história, perpassando pela Inconfidência Mineira, pela Abolição
da Escravidão e pela implantação da República.
A narração é feita em primeira pessoa, de modo que o autorimplícito,
inteiramente comprometido com a história, mais do que com o
ficcional, fica por trás da personagem Francisco Badaró, a qual inicia
pelo fim a narrativa de sua vida, a partir do lugar em que se encontra
sepultado.
Tratando-se de memórias póstumas, tem lógica e justificativa esta
maneira insólita de começar um romance. Aliás, o narrador já no início
confessa o plágio intencional de Machado de Assis, a quem elegeu por
mestre.
* Professor, advogado, escritor. Presidente do Ateneu Mineiro.
Revista Volume LI.p65 263
12/5/2009, 15:29