DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

Uma leitura corrida sobre o livro Memórias póstumas de Francisco Badaró, de Murilo Badaró _________ Carmen S. Guimarães 255
aurífero”, que o empolgam. E seguem as referências aos acontecimentos,
nos quais a nação se envolvia, os gritos pela Proclamação da República,
que chegavam até àquele distante território mineiro, mesmo sem água
encanada e esgoto. E a parte mais importante de sua vida vinha de
acontecer: Francisco Badaró confessou seu amor à Sinhazinha e a pediu
em casamento. O pedido foi feito ao Senhor Zebentinho e dona
Candicha, pais de Luíza, logo depois de seu definitivo sim; e o
casamento se deu a 26 de julho de 1886.
O promotor sentia que o bom relacionamento popular de sua
mulher “estava construindo as bases de uma estrutura política forte e
insuperável, alargando o círculo de influência familiar com objetivos que
sua aguda inteligência percebeu, até mesmo antes de mim”.
Francisco Badaró se prende à narrativa do quotidiano, sem
esquecer, porém, a dissertação dos lances mais importantes da vida
brasileira. Dá-se a assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel, e a
consequente Proclamação da República. E as eleições foram marcadas
para 15 de setembro de 1890. Para Minas Gerais, ficou fixado o número
de 37 parlamentares. A família de Francisco continuava crescendo,
depois da primeira filha, Laura.
“As forças irracionais não podem ser contidas quando transbordam
de seu leito natural”. É assim que Francisco Badaró conta como entrou
para a política: “As repercussões do dia 15 de novembro de 1889 logo
alcançaram Minas Novas, e com o grau de autonomia política que já
obtivera, comecei a planejar os próximos passos: minha candidatura
como deputado federal à Constituinte que estava convocada para o ano
de 1890, com o objetivo de preparar a nova Constituição para o Brasil
republicano”.
Eleito pelo distrito de Minas Novas, prestou juramento no dia 15 de
novembro de 1890, em sessão solene presidida pelo Senador Felício dos
Santos, de Minas Gerais. Foram muitas suas falas congressuais, algumas
com apartes e discussões, como a que dizia respeito às relações entre o
Estado e a Igreja, notadamente a questão dos Jesuítas banidos do país
com a expropriação dos bens da Ordem Jesuítica em São Paulo. Os
jornais de maior circulação no país estiveram sempre ao lado de
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