DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
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266 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />
escravatura (Fantina, 1884); <strong>de</strong>pois, a segunda, uma importante pesquisa<br />
sobre a literatura nas Minas Gerais <strong>de</strong> que resultou uma riquíssima<br />
antologia (O parnaso mineiro, 1887). O biografado não ce<strong>de</strong> ao<br />
<strong>de</strong>sânimo. Pesquisador incansável, segue produzindo outras obras<br />
valiosas, tendo inclusive escrito e publicado mais <strong>de</strong> uma em francês,<br />
durante o tempo em que esteve em Roma como embaixador junto à Santa<br />
Sé (La République du Brésil et le Royaume <strong>de</strong> Portugal; L’ Église au<br />
Brésil pendant la République; Les Convents au Brésil; etc.) .<br />
No <strong>de</strong>sempenho do gênero narrativo, o autor Murilo Badaró não<br />
<strong>de</strong>smereceu o avô Francisco Badaró. Emprestou-lhe a voz já familiar,<br />
sendo capaz <strong>de</strong> levar e enlevar o leitor, que, envolvido nas tramas políticas<br />
assim como nas literárias, acompanha o <strong>de</strong>senrolar da história com o<br />
mesmo interesse e a expectativa <strong>de</strong> quem participa dos acontecimentos.<br />
Em meio aos fatos, bem pesquisados, documentados e ilustrados com<br />
fotos e fac-símiles, contempla-se a admirável personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Francisco<br />
Badaró, através <strong>de</strong> cujo discurso, entre poético, parlamentar e jurídico,<br />
vão sendo retratados os gran<strong>de</strong>s vultos da nossa história nos três últimos<br />
séculos, assim como as efeméri<strong>de</strong>s nacionais que assinalam o liberalismo<br />
e o republicanismo no Brasil.<br />
Daí enten<strong>de</strong>r-se como obra <strong>de</strong> valiosa contribuição para nos<br />
informar e ilustrar a respeito <strong>de</strong> importantes fatos ocorridos no cenário<br />
nacional e mineiro, no período entre os séculos <strong>de</strong>zoito e <strong>de</strong>zenove, fase<br />
<strong>de</strong> importantes acontecimentos sociais e político-religiosos.<br />
Quem quiser conhecer as mais importantes figuras da nossa<br />
primeira República, ou se informar do papel que exerceram no cenário<br />
político daquela época, po<strong>de</strong>rá recorrer aos retratos e perfis — físicos e<br />
morais — que Murilo Badaró <strong>de</strong>ixa estampados nas páginas <strong>de</strong>ste seu<br />
romance, em relato cuidadoso pelo critério da fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> histórica e do<br />
julgamento político. Diante <strong>de</strong> nossos olhos vão <strong>de</strong>sfilando homens como<br />
o Irmão Lourenço (fundador do Caraça), Tira<strong>de</strong>ntes, Deodoro, Peixoto<br />
(p.136)), Rui, Felício dos Santos, e tantos outros, para só falar <strong>de</strong> alguns,<br />
e po<strong>de</strong>r lembrar personalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeção internacional como o Car<strong>de</strong>al<br />
Rampolla, e o tão grandioso Papa Leão XIII, cujo perfil bem traçado é o<br />
que mais realça em toda a galeria (Capítulo XII, p. 147-164).<br />
Revista Volume LI.p65 266<br />
12/5/2009, 15:29