DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
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86 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />
reeleição. O que todo bom mineiro <strong>de</strong>sejava era ver na representação<br />
fe<strong>de</strong>ral nomes que honrassem verda<strong>de</strong>iramente o estado, pela cultura,<br />
pela dignida<strong>de</strong> pessoal, pela operosida<strong>de</strong>. Era assim antigamente. Minas<br />
mandava à Câmara pelo menos um grupo luzido <strong>de</strong> homens <strong>de</strong> talento,<br />
que salvavam as tradições intelectuais do estado e intervinham nas<br />
<strong>de</strong>liberações pela força <strong>de</strong> suas autorida<strong>de</strong>s.<br />
Nesse tempo, a nossa representação não valia só pelo número...<br />
Nem tudo se per<strong>de</strong>u, é claro. Ficaram algumas figuras nobres, para<br />
consolo e sauda<strong>de</strong>. E nem se po<strong>de</strong> negar que o próprio Sr. Artur<br />
Bernar<strong>de</strong>s, quando saiu pelos campos, <strong>de</strong> cabresto na mão e bornal <strong>de</strong><br />
milho a tiracolo, para apanhar <strong>de</strong>putados, uma vez ou outra se transviou e<br />
encontrou alguns homens <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, que constituíram, durante o seu<br />
domínio, as raras e honrosas exceções confirmadoras da regra. Agora,<br />
com o Sr. Antônio Carlos, não seria <strong>de</strong> estranhar-se uma renovação<br />
integral, em que se aproveitassem valores reais, que, louvado seja Deus,<br />
não faltam entre nós. S. Exa., porém, talvez para não <strong>de</strong>terminar<br />
estremecimentos na superfície mansa e lisa da unanimida<strong>de</strong> mineira,<br />
preferiu adotar o critério da reeleição. Isso tornou odiosas as poucas<br />
exclusões havidas. Mas, incontestavelmente, <strong>de</strong>u ensanchas à inclusão <strong>de</strong><br />
algumas figuras <strong>de</strong> valor, que irão ajudar a disfarçar no Parlamento a<br />
indigência mental da maioria da bancada. E esses nomes novos vieram<br />
por indicação do Sr. Antônio Carlos. Quase todos eles vinham pleiteando<br />
as graças do PRM <strong>de</strong>s<strong>de</strong> outros tempos, e eram sempre afastados. E só as<br />
obtiveram agora, sob o novo regime. On<strong>de</strong> pois, o predomínio do expresi<strong>de</strong>nte<br />
no seio da Comissão Executiva?<br />
Ainda neste quatriênio se terá <strong>de</strong> reconstituir a Câmara Fe<strong>de</strong>ral e<br />
far-se-á mais uma renovação da bancada fe<strong>de</strong>ral. E cada vez se tornará<br />
mais patente o que já agora se começa a ver: <strong>de</strong>sapareceu do governo <strong>de</strong><br />
Minas a mentalida<strong>de</strong> ru<strong>de</strong>mente reacionária, que dava em resultado essa<br />
<strong>de</strong>plorável política <strong>de</strong> involução. Compreen<strong>de</strong>-se que não há <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>saparecer <strong>de</strong> um golpe a aparência <strong>de</strong> prestígio que, aos olhos menos<br />
agudos, ainda ro<strong>de</strong>ia o ex-presi<strong>de</strong>nte da República. Mesmo porque ele<br />
teve a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rir. Há pessoas que só se sentem fortes com o<br />
po<strong>de</strong>r nas mãos. Quando este lhes foge, revestem-se da mais franciscana<br />
Revista Volume LI.p65 86<br />
12/5/2009, 15:29