16.04.2013 Views

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

198 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />

A observação é exata. Tinha amigos po<strong>de</strong>rosos na política, nos<br />

altos conselhos, todavia jamais quis sair <strong>de</strong> Barbacena, abandonar o<br />

magistério, porque o resto nada significava para ele. O cumprimento do<br />

<strong>de</strong>ver e a arte eram os polos <strong>de</strong> atração <strong>de</strong>ssa vida mo<strong>de</strong>sta e digna <strong>de</strong> ser<br />

imitada, <strong>de</strong> <strong>de</strong>votamento a uma i<strong>de</strong>ia e <strong>de</strong> coerência consigo mesmo. “A<br />

história <strong>de</strong> nossa vida confun<strong>de</strong>-se com a história do nosso ritmo”, disse<br />

o sutil Roberto Alvim Corrêa, e disse maravilhosamente. É uma frase que<br />

serviria <strong>de</strong> epígrafe à existência <strong>de</strong> Honório.<br />

Em uma página <strong>de</strong> alguém, cujo nome não aparece e que lhe foi<br />

<strong>de</strong>dicada após o episódio, vê-se retratada a fisionomia moral <strong>de</strong> Armond:<br />

“– Tu que guardas nalma a crença azul, a fé robusta que a tudo resiste,<br />

que <strong>de</strong> tudo triunfa; tu que passas pela vida qual o doce pastor <strong>de</strong> Guerra<br />

Junqueiro, sem uma revolta, sem um queixume, tendo para todas as dores<br />

uma palavra <strong>de</strong> conforto, para todas as fraquezas um gesto <strong>de</strong> perdão; tu,<br />

meu terno amigo, cuja alma toda suavida<strong>de</strong> e doçura faz lembrar o místico<br />

perfume do incenso, a alvura imaculada do arminho; alma feita <strong>de</strong> luz e <strong>de</strong><br />

harmonias, irás com certeza estremecer <strong>de</strong> horror ante o que te vou dizer.”<br />

Conquistando o pricipado em fevereiro <strong>de</strong> 1927, Honório não<br />

aceita o título e o transfere a José Oiticica, em carta ao vespertino A<br />

Noite, do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Esse gesto provoca em Oiticica um artigo<br />

publicado no Correio da Manhã, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1927, em forma <strong>de</strong><br />

carta a Honório, que é uma peça <strong>de</strong> picante humorismo. Vê-se pelo<br />

documento que se tratava <strong>de</strong> dois amigos muito chegados e as cartas<br />

constituíram dois floretes <strong>de</strong> graça, <strong>de</strong> ironia, e também, por que não<br />

dizer? – <strong>de</strong> sincerida<strong>de</strong>.<br />

INGRESSO NA A<strong>CADEMIA</strong><br />

Logo no ano seguinte, é eleito acadêmico, na vaga <strong>de</strong> Paulo<br />

Brandão. Já não é um poeta simplesmente regional. Sua fama reboa pelo<br />

País. Seus trabalhos originais e suas traduções <strong>de</strong> poetas estrangeiros<br />

chamam a atenção dos <strong>de</strong>dicados à poesia. Ele já um nome. O nosso caro<br />

Abgar Renault, em substancioso ensaio <strong>de</strong> três colunas, publicado em O<br />

Jornal <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1927, fizera uma exaustiva e penetrante análise<br />

Revista Volume LI.p65 198<br />

12/5/2009, 15:29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!