DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

Aires: uma rica história de saber e de cultura _______________________________ José Bento Teixeira de Salles 37
Eduardo Frieiro, seu fraternal amigo, em artigo publicado no
caderno especial do “Suplemento Literário”, registra na edição de 1969
que “há 40 anos saiu seu primeiro artigo assinado no Minas Gerais.”
No mesmo Suplemento há um poema de Carlos Drummond de
Andrade que merece ser reproduzido, ainda que parcialmente:
O Aires dos ares bons
Aires da Mata
da linguagem
e do machado que não mata
mas distrata e aparelha
afina palavra
diamantina.
A partir de então, foi uma sucessiva e intensa produção literária,
que ia desde lições de Português, até os ensaios e críticas, bem como as
pesquisas históricas, numa diversificação de temas que tão bem
caracterizava o seu múltiplo talento.
Em uma simples frase, o acadêmico e poeta Alphonsus de
Guimaraens Filho sintetizou o retrato fiel do escritor e do homem, ao
examinar, do Aires, “todos os ângulos desse espírito rico e fecundo, ao
mesmo tempo que singelo e despretensioso.”
Não bastasse a contribuição preciosa ao magistério secundário e
especificamente aos temas gramaticais e da língua pátria, e já seu
nome estaria inscrito na história do ensino em Minas com sua participação
como professor e um dos fundadores da Faculdade de Filosofia,
assim como integrante de um grupo que reestruturou o Instituto São
Rafael.
Primeiro professor de Filologia Românica da referida Faculdade,
levou para lá os ensinamentos que um paciente trabalho de pesquisa, o
credenciavam
Além de profundo conhecedor dos vários meandros da língua
pátria, Aires tinha uma faceta a fortalecer seu competente saber: as
convicções democráticas.
Revista Volume LI.p65 37
12/5/2009, 15:29