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DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

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206 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />

Quando Jesus, da rua da Amargura,<br />

que perlustrava entre armas assassinas,<br />

avistou, perfilando-se na altura,<br />

do átrio Calvário as ásperas ravinas,<br />

teve se<strong>de</strong> e quis águas cristalinas...<br />

Mas alguém, <strong>de</strong>ntre a turba ingrata e ignara,<br />

que entre brados <strong>de</strong> morte o acompanhara<br />

do tenebroso Gólgota ao sopé,<br />

gritou: – “Caminha! – e lhe escarrou à cara.<br />

Disse Jesus: – “Caminha Beli-Beth!<br />

O homem filosofa precisamente para perseguir o conhecimento do<br />

ser que permanece escondido no fundo das palavras. Hei<strong>de</strong>gger repousa<br />

sua interpretação da “existência”, quer dizer, “o ser existencial” na<br />

incessante pesquisa, nos apelos da linguagem e este mergulho nas<br />

profundida<strong>de</strong>s da linguagem aspira a esclarecer e fixar aquilo que na<br />

palavra só <strong>de</strong> modo in<strong>de</strong>ciso se vislumbra. Johannes Pfeiffer, cujo<br />

penetrante ensaio sobre poesia nos cativa pela <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, faz a distinção<br />

entre a linguagem poética e a filosófica, para asseverar que a gran<strong>de</strong><br />

tarefa da Filosofia é <strong>de</strong>terminar e precisar as palavras para convertê-las<br />

em conceitos da maior energia possível. “Na poesia, ao contrário, o<br />

essencial é viver as palavras em toda sua virginal plenitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sentido e<br />

plasticida<strong>de</strong>; a intuição se eleva sobre a compreensão, a imagem sobre o<br />

conceito”.<br />

Só é capaz <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r uma poesia quem penetra no mundo<br />

fictício <strong>de</strong> seus valores totais corporificados em palavras, formas e<br />

sons.<br />

HERMETISMO, SUBJETIVISMO E DEPURAÇÃO<br />

O que é incompreendido, e tão longe ainda <strong>de</strong> ser aceito, na poesia<br />

chamada impropriamente mo<strong>de</strong>rna, pela “imensa maioria”, o leitor<br />

vulgar, resi<strong>de</strong> no hermetismo, que não é senão o prejulgamento <strong>de</strong> que<br />

todos são conhecedores do subjetivismo contido na mensagem transmitida,<br />

Revista Volume LI.p65 206<br />

12/5/2009, 15:29

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