DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A tradição acadêmica _____________________________________________________________ Vivaldi Moreira 193<br />
Marinheiros!... Meu sonho e igual ao vosso!... Sonho<br />
E busco como vos buscais nessas viagens,<br />
O encantado país das rútilas miragens.<br />
....................................................................................<br />
Vou palmilhando o espaço azul e constelado:<br />
Mas nunca, <strong>de</strong>ntre a névoa, ao meu olhar cansado<br />
Surge a terra bendita e fúlgida do Sonho!...<br />
UMA VI<strong>DA</strong> DE POESIA: HONÓRIO ARMOND<br />
Ao contrário da poesia <strong>de</strong> Armond, seu sucessor aqui, a <strong>de</strong> Paulo<br />
Brandão é um ininterrupto dia solar. Em quase todas as passagens <strong>de</strong> sua<br />
poesia, Armond só nos mostrou a vida noturna do espírito. A principio,<br />
influenciado pelo cientificismo pessimista <strong>de</strong> Augusto dos Anjos, com<br />
seu repertório verbal incan<strong>de</strong>scente, e on<strong>de</strong>, <strong>de</strong> raro em raro, <strong>de</strong>sponta<br />
alguma conotação poética. Depois, libertou-se através da influência <strong>de</strong><br />
simbolistas e parnasianos franceses e brasileiros, e da boa leitura <strong>de</strong><br />
prosadores.<br />
Esboçarei aqui a biografia <strong>de</strong> Honório Armond, à maneira <strong>de</strong><br />
Plutarco, isto é, olhando-o na alma. Todo homem possui duas vidas. A<br />
vida exterior – a vida quotidiana, e a vida interior – a vida do espírito.<br />
Como habitante da cida<strong>de</strong> terrena, foi Armond sobretudo professor.<br />
Ganhava a sua vida no magistério e o exerceu com dignida<strong>de</strong>,<br />
competência e alto senso do <strong>de</strong>ver, perambulando por esta Minas:<br />
Varginha, Muzambinho e Barbacena – seu adorado berço natal. Nessas<br />
cida<strong>de</strong>s viveu, trabalhou e amou. Foi orador <strong>de</strong> bons recursos e sempre<br />
recrutado nos monentos festivos ou dolorosos, quando era necessário um<br />
homem capaz <strong>de</strong> exprimir o contentamento ou as mágoas da coletivida<strong>de</strong>.<br />
Jornalista, enchia os semanários do interior <strong>de</strong> colaborações em prosa ou<br />
verso. Viveu sessenta e sete anos. Melhor direi: sonhou gran<strong>de</strong> parte<br />
<strong>de</strong>les, pois Honório foi, estruturalmente, um poeta e a verda<strong>de</strong>ira<br />
Revista Volume LI.p65 193<br />
12/5/2009, 15:29