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DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

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54 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />

Eis por que, sobretudo ao abordar sua faceta <strong>de</strong> literato, se tentará<br />

colher algumas fagulhas <strong>de</strong>ste talentoso escritor aquecendo e justificando<br />

as assertivas que serão exaradas.<br />

Nem nas páginas <strong>de</strong> Tácito, nem nas antológicas expressões <strong>de</strong><br />

Cícero se encontram tópicos tão pulcros como este: “Uma rosa parece<br />

obra <strong>de</strong> talha, aberta com inimitável <strong>de</strong>lga<strong>de</strong>z. A açucena dá a impressão<br />

<strong>de</strong> que é composta <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> prata, estendidas ao martelo. Em outras<br />

flores encontramos várias espécies <strong>de</strong> medidas e artificiosas correspondências,<br />

figuras triangulares, quadrangulares, pentagonais, hexagonais,<br />

retilíneas, oblíquas, piramidais, cilíndricas, esféricas... todas com tão<br />

perfeita proporção, como se fossem traçadas e <strong>de</strong>lineadas com régua e<br />

compasso. Como se fosse oculto fabricante <strong>de</strong> perfumes, o jardim exala<br />

fragrâncias. Com secreto pincel, matizados são os campos na primavera.<br />

Em laboratório invisível, se <strong>de</strong>stila o orvalho das manhãs <strong>de</strong> maio e <strong>de</strong><br />

junho. Como invisível fian<strong>de</strong>ira, a aurora tece suas galas. E com nunca<br />

vista agulha, se recama <strong>de</strong> estrelas o firmamento. Todas estas<br />

maravilhas da arte <strong>de</strong> Deus são efeitos <strong>de</strong> sua ciência, que, por infinita,<br />

quanto mais se contempla, mas se admira” 17 .<br />

Suas reflexões filosóficas lembram uma sabedoria aristotélica e<br />

rivaliza com o que <strong>de</strong> mais pulcro se <strong>de</strong>para em Gregório <strong>de</strong> Nissa e em<br />

Agostinho <strong>de</strong> Hipona. Cintilante esta sua assertiva: “A tendência natural<br />

do homem é para o saber. É para saber mais, sempre mais. A sua<br />

inteligência, porém, sempre haverá <strong>de</strong> encontrar redutos inexpugnáveis e<br />

sentirá a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crer no inexplicável, no incompreensível. Ao<br />

menos, por motivo <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong> mental” 18 .<br />

Recusava veementemente o conflito entre a crença e os estudos<br />

científicos: “Longe <strong>de</strong> ser hostil ou indiferente ao progresso da Ciência<br />

a Religião o aplau<strong>de</strong>, visto que encontra, nele, força para os seus<br />

ensinamentos 19 .<br />

Proclamou peremptoriamente: “O Materialismo é uma <strong>de</strong>cadência<br />

do espírito. A Ciência seria nada se ao sábio faltasse, ao menos, a<br />

curiosida<strong>de</strong> do Infinito” 20 .<br />

Admirável seu conceito <strong>de</strong> Humanismo “O Humanismo é a<br />

valorização do Clássico estimada pela dinâmica <strong>de</strong> novas técnicas<br />

Revista Volume LI.p65 54<br />

12/5/2009, 15:29

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