DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
224 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />
Portanto, é com imensa gratidão à família Affonso Penna, por ter<br />
em mim humil<strong>de</strong> biógrafo, que dou início à árdua missão <strong>de</strong>, em três<br />
artigos sucessivos, homenagear não só o presi<strong>de</strong>nte Affonso Penna 1 ,<br />
como o filho Affonso Penna Junior, que só não virou Presi<strong>de</strong>nte do Brasil,<br />
como o pai, porque a família não permitiu. Penna Junior, sobre quem<br />
lancei Uma Casa em La Mancha, alusão à casa da Rua Aimorés, 1451,<br />
Belo Horizonte, MG, que construiu e on<strong>de</strong> viveu, foi figura <strong>de</strong> altíssima<br />
estirpe na historiografia nacional, infelizmente afeita a heróis <strong>de</strong>scartáveis<br />
e, por vezes, <strong>de</strong>simportantes. Jurista <strong>de</strong> renome internacional,<br />
chegou a ser Ministro da Justiça e imortal das <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong>s <strong>Mineira</strong> e<br />
Brasileira <strong>de</strong> <strong>Letras</strong>. Sua obra máxima, A Arte <strong>de</strong> Furtar e o seu Autor,<br />
escrita após 20 árduos anos <strong>de</strong> pesquisa, o levou, sem pestanejar, à casa<br />
<strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Assis, on<strong>de</strong> ocupou ca<strong>de</strong>ira n. 7, que pertenceu a Castro<br />
Alves, passou pelas mãos do Embaixador Sérgio Corrêa da Costa (que,<br />
em extrema generosida<strong>de</strong>, assinou o prefácio da minha primeira edição<br />
comentada da obra <strong>de</strong> Penna Junior) e hoje está sob a égi<strong>de</strong> do cineasta<br />
Nélson Pereira dos Santos (outro gênio <strong>de</strong> generosida<strong>de</strong> ímpar, ao me<br />
citar em seu discurso <strong>de</strong> posse na ABL).<br />
Assim, po<strong>de</strong>mos, aos afeitos a metodologias 2 , adiantar que o<br />
primeiro capítulo <strong>de</strong>sta O<strong>de</strong> tratará do Conselheiro do Império Affonso<br />
Penna; o segundo sobre o filho Penna Junior e o terceiro sobre as obras A<br />
Arte <strong>de</strong> Furtar e A Arte <strong>de</strong> Furtar e o seu Autor. Sobre a primeira,<br />
manuscrito apócrifo <strong>de</strong> 1652, que chegou às mãos do Rei <strong>de</strong> Portugal<br />
contendo as mazelas do reino (corrupção) e a segunda, a obra-prima <strong>de</strong><br />
Penna Junior, datada <strong>de</strong> 1946 (que o levou à <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />
<strong>Letras</strong>).<br />
Complicado? É sim. Basta dizer que ainda hoje discute-se em<br />
bancos escolares quem, <strong>de</strong> fato, escreveu A Arte <strong>de</strong> Furtar. Trata-se, tão<br />
somente, da pen<strong>de</strong>nga filológica mais <strong>de</strong>liciosa <strong>de</strong> que se tem notícia em<br />
língua portuguesa. Um mistério no melhor uníssono “jamais saberemos”,<br />
sobre o real autor daquelas linhas. Para Affonso Penna Junior, sem<br />
dúvida, linhas da pena do diplomata português Antônio <strong>de</strong> Sousa <strong>de</strong><br />
Macedo; para outros tantos, linhas po<strong>de</strong>rosas da verve do controvertido<br />
Padre Antônio Vieira (que não teria “oferecido” Pernambuco aos<br />
Revista Volume LI.p65 224<br />
12/5/2009, 15:29