DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A tradição acadêmica _____________________________________________________________ Vivaldi Moreira 213<br />
MINAS DESCONHECI<strong>DA</strong> E PROFUN<strong>DA</strong><br />
Ainda há poucos dias, o ilustre Mário Casasanta – a quem tantos<br />
<strong>de</strong>vem tanto – me dizia que Minas não se conhece. Somos uma<br />
<strong>de</strong>scomunal força telúrica, um Anteu <strong>de</strong>sprezado, um Atlas que se não<br />
preza. – “Repare você – dizia-me ele – num pequeno trecho você<br />
encontrará uma riqueza <strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> amor à cultura, um grupo<br />
enfim <strong>de</strong> três ou quatro cidadãos que não fariam feio em qualquer lugar<br />
em que fossem colocados.” E, no entanto, todos fazem questão <strong>de</strong><br />
escon<strong>de</strong>r tudo. É um traço invencível <strong>de</strong> nossa psiquê coletiva. Tudo que<br />
diverge e se exibe, parece não ser mineiro. Eis um caso típico na poesia<br />
<strong>de</strong> Honório Armond – um gran<strong>de</strong>, um autentico poeta, cuja obra<br />
permanece praticamente inédita. Quando alguém fala, a surpresa e total.<br />
Meditando na vida <strong>de</strong> Armond, colhi ensinamentos salutares. E já<br />
que estou numa noite <strong>de</strong> confissão, <strong>de</strong>ixai-me concluir com mais esta:<br />
jamais uma distinção, um prêmio, uma honraria calara tão fundo em<br />
minha alma. Ainda que imerecidamente, galardoastes o que mais prezo<br />
em mim mesmo. Foi um aplauso à ativida<strong>de</strong> que consi<strong>de</strong>ro primordial em<br />
minha vida, uma apoteose <strong>de</strong>cisiva não ao meu mérito, mas à <strong>de</strong>voção<br />
que consagro à sentença contida no celebre alexandrino <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong><br />
Assis, nosso maior talento literário: – “Esta é a glória que fica, eleva,<br />
honra e consola”.<br />
<strong>DA</strong>DOS BIOGRÁFICOS<br />
Vivaldi Moreira nasceu em Tombos, Zona da Mata (MG), em<br />
1912. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Direito da Universida<strong>de</strong> do Brasil, em 1937, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong><br />
exerceu o jornalismo durante o curso superior. Advogou nas Comarcas<br />
<strong>de</strong> Aimorés (MG), Itaperuna (RJ) e Belo Horizonte, para on<strong>de</strong> se<br />
transferiu em 1940, continuando no jornalismo, redigindo a Revista<br />
Comercial e Industrial <strong>de</strong> Minas Gerais. Advogado da Associação<br />
Comercial <strong>de</strong> Minas e colaborador dos jornais O Diário, Estado <strong>de</strong><br />
Minas e Diário da Tar<strong>de</strong>. Criou o Anuário Comercial e Industrial <strong>de</strong><br />
Revista Volume LI.p65 213<br />
12/5/2009, 15:29