DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

Uma leitura corrida sobre o livro Memórias póstumas de Francisco Badaró, de Murilo Badaró _________ Carmen S. Guimarães 259
reformava a Ordem dos Frades Franciscanos, unificando as diversas
comunidades franciscanas espalhadas pelo mundo. No livro de Badaró,
ainda muito foi escrito sobre os problemas de Roma.
O ano de 1898 mal começara e notícias da exoneração do secretário
Dario Barreto Galvão, a quem Francisco Badaró havia elogiado por carta,
serviram de aviso de que algo estava errado no Ministério das Relações
Exteriores, no Rio de Janeiro. Recebeu o “duro e seco” telegrama do
ministro general Dionísio Cerqueira, no dia 15 de janeiro, dando notícia
de sua exoneração. Relata o memorialista que alguém mais se sentiu
atingida pelo inesperado ato: Sinhazinha, que ao contrário, recebeu
alegremente a notícia, e agradeceu a Deus, pela volta da família a Minas
Novas e a Minas Gerais.
Ações da Igreja, suas ordens religiosas, conventos e tudo quanto
dizia respeito ao catolicismo no Brasil serviram às pesquisas de
Francisco Badaró, enquanto ministro plenipotenciário do governo
brasileiro junto à Santa Sé.
Badaró publicou um livro com o título Tiro ao alvo, que se
constituía em um alerta ao Exército nacional. Autor ainda de um curioso
tratado para quem, como ele, dedicava-se ao esporte das caçadas: O cão,
por fora e por dentro – vademecum do caçador, trabalho firmado na
observação sistemática sobre cães perdigueiros, e que chegou a alcançar
algum sucesso. Alguns de seus livros achavam-se arquivados na
Biblioteca Nacional, e outros, na biblioteca da Universidade de São Paulo
e no Arquivo Público do Estado de São Paulo. Na Biblioteca da
Academia Brasileira de Letras havia uma cópia do romance Fantina, e na
Academia Mineira de Letras, Parnaso mineiro.
Tratamos aqui das obras escritas e citadas pelo memorialista, e
passamos a falar sobre o livro L´Église au Brasil pendant l´Empire et
pendant La République. Houve duas críticas controversas sobre o
trabalho. Uma, do famoso e acatado intelectual brasileiro, José
Veríssimo, publicada no Laemmert & Cia., do Rio de Janeiro faz o elogio
da obra e do autor. A segunda, do crítico Wilson Martins, que entre
considerações diversas alega que o autor, Francisco Coelho Duarte
Badaró (como a ele se refere), é um “reacionário”. Faz o estudo da
Revista Volume LI.p65 259
12/5/2009, 15:29