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DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

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A tradição acadêmica _____________________________________________________________ Vivaldi Moreira 195<br />

o seu silencio com a mesma tenacida<strong>de</strong> e perfeição com que outros<br />

constroem a sua notorieda<strong>de</strong>, ia dizer o seu foguete interplanetário.<br />

Honório Armond, que, infelizmente, não cheguei a conhecer em vida, era<br />

um aristocrata no sentido exato do termo. Com uma genealogia repleta <strong>de</strong><br />

gentes brasonadas, a começar por este curioso Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Prados, figura<br />

impressionante <strong>de</strong> cientista, barbacenense <strong>de</strong> prol, antecipando Darwin e<br />

fazendo sensação em Paris com seu Essai sur la vie, agricultor mo<strong>de</strong>rno<br />

já nos idos <strong>de</strong> 80, introduzindo a cultura da vinha em suas terra da<br />

Mantiqueira, fundador do Observatório Astronômico do Rio, Camilo<br />

Ferreira Armond, médico <strong>de</strong> larga clientela, prócer po1ítico do império,<br />

um dos brasileiros mais conspícuos do século XIX.<br />

Por outro lado <strong>de</strong> seus antepassados, é Honório Armond ligado<br />

também a Mariano Procópio, a quem Minas <strong>de</strong>ve trecho inconfundível <strong>de</strong><br />

seu progresso material. E <strong>de</strong>pois disto, ainda sobrinho do Padre Corrêa <strong>de</strong><br />

Almeida, talento dos mais peregrinos <strong>de</strong>stas Gerais.<br />

Sendo ele assim armoriado por todos os lados, o <strong>de</strong>poimento dos<br />

que conheceram Honório nos diz que foi a criatura mais <strong>de</strong>spida <strong>de</strong><br />

presunção e basófia. Para prová-lo bastam a leitura <strong>de</strong> suas obras e o<br />

conhecimento do episódio <strong>de</strong> sua sagração, pelo voto popular, como<br />

Príncipe dos Poetas Mineiros.<br />

ARMOND SAGRA-SE PRÍNCIPE<br />

Morrera na gripe espanhola Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira, o melodioso lírico<br />

e o admirável causeur, que encheu uma época na vida <strong>de</strong>sta Capital e<br />

fora o príncipe dos nossos poetas. Estava, portanto, vago o principado<br />

havia <strong>de</strong>z anos. Um jornal <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, sob a tríplice conspiração dos<br />

jovens redatores Carlos Drummond, Emílio Moura e João Alphonsus,<br />

alvitrou a idéia <strong>de</strong> preencher a Sé vaga, ou melhor, o trono. E Carlos<br />

assim relata: “– O Diário <strong>de</strong> Minas era órgão do PRM, a República era<br />

velha – por aí se po<strong>de</strong> imaginar o que seria a eleição. Não me pejo <strong>de</strong><br />

admitir que terei “orientado” a vonta<strong>de</strong> popular. O príncipe não foi<br />

Augusto <strong>de</strong> Lima, <strong>de</strong>masiado fe<strong>de</strong>ral e consagrado, nem Belmiro Braga,<br />

<strong>de</strong>masiado popular, tampouco foi o nosso querido Abgar, autor <strong>de</strong><br />

Revista Volume LI.p65 195<br />

12/5/2009, 15:29

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