DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
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96 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />
Antes da Guerra Mundial, Abdias foi e venceu na imprensa com<br />
impressionante aventura. Depois, com alguns trocados no bolso, por<br />
impulso pessoal, em plena guerra, eu vim para Minas Gerais <strong>de</strong> trem e<br />
pelos rios Parnaíba (balsa) e São Francisco (vapor).<br />
Gostaria que o senhor falasse um pouco sobre sua formação<br />
política.<br />
Ainda no Piauí, na minha adolescência, a rejeição a Getúlio<br />
começou quando seus sequazes pren<strong>de</strong>ram, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Amarante, o<br />
diretor do Ateneu Rui Barbosa, nosso professor Cunha e Silva, por<br />
motivação política: ele seria comunista. Nós, Olemar <strong>de</strong> Souza Castro e<br />
eu, seus alunos, imediatamente passamos a residir em Teresina, on<strong>de</strong> o<br />
nosso mestre, na prisão, nos preparou para o exame <strong>de</strong> admissão no Liceu<br />
Piauiense.<br />
Em Belo Horizonte, a nossa Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito transformou-se<br />
em escola política, <strong>de</strong> tenaz combate ao Estado Novo <strong>de</strong> Getúlio Vargas.<br />
A nossa posição foi sempre <strong>de</strong> repulsa aos agentes da ditadura, nomeados<br />
para governar Minas no Palácio da Liberda<strong>de</strong>. Eu era presi<strong>de</strong>nte do<br />
Diretório Acadêmico, eleito pelos estudantes, quando lutamos contra a<br />
posse do interventor Noraldino Lima, enfrentando a cavalaria no<br />
cruzamento da avenida Augusto <strong>de</strong> Lima com a rua da Bahia, on<strong>de</strong><br />
alguns colegas foram feridos. Já era uma atitu<strong>de</strong> aberta <strong>de</strong> enfrentamento,<br />
representada pelas oposições, inclusive pela União Democrática Nacional<br />
(UDN), que aju<strong>de</strong>i a fundar e cujo Diretório Regional, presidido por<br />
Pedro Aleixo, secretariava. Tenho, ainda comigo, cópia das<br />
correspondências <strong>de</strong> Pedro Aleixo a Otávio Mangabeira e a Wenceslau<br />
Braz, lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> expressão nacional, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nação ao<br />
regime ditatorial <strong>de</strong> Getúlio Vargas e seus asseclas.<br />
Revista Volume LI.p65 96<br />
12/5/2009, 15:29