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DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

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Rondon Pacheco, um <strong>de</strong>poimento histórico ______________________________________________ Fábio Doyle 73<br />

da presidência da República, era, e continua a ser, o ponto <strong>de</strong> referência<br />

dos homens públicos brasileiros.<br />

Reecontrei, no novo campo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> jornalística, o mesmo<br />

correto e discreto Rondon Pacheco, que conhecera, mas <strong>de</strong> longe, ele na<br />

tribuna do TJ, eu, o jovem universitário-jornalista, tomando notas que<br />

seriam transformadas em notícias no jornal. Rondon se envolveu<br />

totalmente com a política, com a UDN, para ser mais exato. Estava<br />

sempre na linha <strong>de</strong> frente das batalhas partidárias, quer como <strong>de</strong>putado<br />

estadual, quer na Câmara Fe<strong>de</strong>ral, em disputas, que fizeram história, com<br />

o PSD, outro gran<strong>de</strong> partido, li<strong>de</strong>rado por políticos que marcaram<br />

presença na vida pública brasileira, todos já falecidos, como Benedicto<br />

Valladares, Israel Pinheiro, Gustavo Capanema, Pio Canedo, Bias Fortes,<br />

José Maria Alkmim, José Augusto Ferreira Filho. Rondon era discípulo<br />

fiel <strong>de</strong> Milton Campos e <strong>de</strong> Pedro Aleixo. Melhores lí<strong>de</strong>res, pelo caráter,<br />

pela ética, pela bravura na <strong>de</strong>fesa da <strong>de</strong>mocracia, ninguém po<strong>de</strong>ria<br />

ambicionar. Foi com eles que Rondon formou sua personalida<strong>de</strong>.<br />

O seu livro, o seu <strong>de</strong>poimento, é um relato correto, isento, preciso<br />

nos <strong>de</strong>talhes, nas informações, algumas surpreen<strong>de</strong>ntes, sobre o que <strong>de</strong><br />

fato aconteceu naqueles anos, especialmente a partir <strong>de</strong> 1964, difíceis,<br />

polêmicos. Suas memórias, dos dias que antece<strong>de</strong>ram e dos anos que se<br />

seguiram ao movimento que <strong>de</strong>rrubou João Goulart, ajudam a esclarecer<br />

muitos pontos nebulosos da chamada contrarrevolução. O governador<br />

Magalhães Pinto (da UDN), os generais Gue<strong>de</strong>s, Dióscoro do Vale,<br />

Mourão Filho, que <strong>de</strong>flagraram o movimento em Minas, tinham o apoio<br />

da maioria da opinião pública, dos políticos, dos meios militares, da<br />

imprensa. O objetivo por eles anunciado seria impedir a implantação no<br />

país <strong>de</strong> uma ditadura moldada no castrismo <strong>de</strong> Cuba. Hoje, muito se<br />

discute a respeito, e muitos dos que fizeram ou apoiaram a revolução, que<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> certo tempo tomou rumos in<strong>de</strong>sejados, procuram negar o apoio<br />

dado. A vida é assim.<br />

Por tudo isso, vale a pena ler o longo e <strong>de</strong>talhado <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong><br />

Rondon Pacheco, que foi chefe da Casa Civil do presi<strong>de</strong>nte Costa e Silva,<br />

foi secretário-geral e presi<strong>de</strong>nte da Arena (partido que os generais<br />

criaram para unificar as forças favoráveis ao movimento <strong>de</strong> 64, formado<br />

Revista Volume LI.p65 73<br />

12/5/2009, 15:29

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