16.04.2013 Views

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

122 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />

durante os últimos cinqüenta anos não justifica a suposição <strong>de</strong> qualquer<br />

relação estreita entre tipos biológicos e forma cultural.” (13)<br />

Enfim, Boas rejeitou a visão superficial, reducionista, que<br />

caracterizava o pensamento pseudocientífico estribado no senso comum e<br />

no preconceito racial. A<strong>de</strong>mais, seus textos tornaram-se matrizes para a<br />

reflexão <strong>de</strong> diversos alunos e estudiosos que escreveram teses e livros <strong>de</strong><br />

Antropologia.<br />

Os enfoques autocentrados na cultura do pesquisador, a<br />

hierarquização <strong>de</strong> culturas são questionados na perspectiva relativizadora<br />

<strong>de</strong> Franz Boas. Vale citar sua reflexão sobre as chamadas “culturas<br />

primitivas”:<br />

“Antes <strong>de</strong> calificar <strong>de</strong> primitiva a la cultura <strong>de</strong> un pueblo en<br />

el sentido <strong>de</strong> pobreza <strong>de</strong> realizaciones culturales, es preciso<br />

respon<strong>de</strong>r a tres preguntas: primero, como se manifiesta la<br />

pobreza en diversos aspectos <strong>de</strong> la cultura; segundo, si el<br />

pueblo en masa pue<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como una unidad<br />

respecto a sus posesiones culturales; tercero, qual es la<br />

relación <strong>de</strong> los diversos aspectos <strong>de</strong> la cultura, si<br />

obligatoriamente su <strong>de</strong>sarollo <strong>de</strong>be ser <strong>de</strong>ficiente en todos por<br />

igual, o pue<strong>de</strong>n ser algunos avanzados y otros no.” (14)<br />

O pesquisador <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>spojar-se dos valores <strong>de</strong> sua cultura para<br />

observar outras culturas. Abordagens <strong>de</strong>sta natureza estimuladas pelo<br />

pensamento <strong>de</strong> Boas permitiram aos antropólogos questionar incontáveis<br />

preconceitos enraizados no senso comum e em estudos pretensamente<br />

eruditos.<br />

A i<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong> que <strong>de</strong>terminados povos estariam irremediavelmente<br />

fadados ao “atraso” foi questionada pelas ciências<br />

sociais. Associando a noção <strong>de</strong> raça ao nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

tecnológico, o colonialismo justificava a dominação sobre povos<br />

consi<strong>de</strong>rados culturalmente inferiores. Os textos <strong>de</strong> Boas e <strong>de</strong> outros<br />

autores contribuíram para <strong>de</strong>svelar a inconsistência <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />

argumento.<br />

Revista Volume LI.p65 122<br />

12/5/2009, 15:29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!