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DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

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NÓS, A OUTRA RAPAZIA<strong>DA</strong><br />

Affonso Heliodoro dos Santos*<br />

Não fazíamos parte dos “<strong>de</strong>satinados”. (O Desatino da Rapaziada<br />

<strong>de</strong> Humberto Werneck. Instituto Moreira Salles. Casa <strong>de</strong> Cultura <strong>de</strong><br />

Poços <strong>de</strong> Caldas. Companhia das <strong>Letras</strong>. 1992). Éramos também classe<br />

média, porém mais mo<strong>de</strong>stamente aquinhoados. Nossa geração, que<br />

prece<strong>de</strong>u a <strong>de</strong>les, relatada no livro referido, não gozava da mesma<br />

liberda<strong>de</strong>, porque viemos alguns anos antes.<br />

O <strong>de</strong>svario nosso, bem mais comportado, realizava-se nos footings<br />

na avenida Afonso Pena, na Praça da Liberda<strong>de</strong>, na Rua Itajubá, no bairro<br />

da Floresta – famoso por suas moças bonitas – ou então, em Santa<br />

Efigênia, em frente à igreja, na Avenida Brasil. Não significa, entretanto,<br />

que participávamos apenas daquele saudável e saudoso divertimento dos<br />

jovens – moços e moças – do tempo das serenatas. Moçada muito mais<br />

mo<strong>de</strong>rada que a <strong>de</strong> hoje, nossas festas tinham ainda a dureza dos<br />

costumes éticos, morais e religiosos daquela época. Eram, porém, bem<br />

mais românticas. No footing, fosse na Avenida Afonso Pena, na Praça da<br />

Liberda<strong>de</strong>, na Floresta ou em Santa Efigênia, era a busca das namoradas,<br />

ou o simples prazer <strong>de</strong> vê-las <strong>de</strong>sfilar com seus vestidos domingueiros,<br />

seu perfume <strong>de</strong> mocida<strong>de</strong>, seu encanto <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong>. Nos bailes<br />

“assustados”, que se realizavam em casas <strong>de</strong> família – e que tinham esse<br />

nome em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> não terem sido programados – era a sensação <strong>de</strong> ter a<br />

namorada, ou a pretendida, presa entre os braços nos volteios <strong>de</strong> uma<br />

* Presi<strong>de</strong>nte do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Revista Volume LI.p65 113<br />

12/5/2009, 15:29

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