DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
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92 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />
família <strong>de</strong> Vivaldi, vosso irmão <strong>de</strong> berço, <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e <strong>de</strong> letras, quando,<br />
em memória <strong>de</strong>le, vós dissestes que se um dia Vivaldi precisou <strong>de</strong> Belo<br />
Horizonte, em outro, Belo Horizonte é que precisava <strong>de</strong>le. Se assim<br />
aconteceu com vosso irmão Vivaldi, os vossos sobreviventes, especialmente<br />
aqueles que honram e compõem a inteligência mineira, é que vos <strong>de</strong>volvem,<br />
com a serenida<strong>de</strong> do verda<strong>de</strong>iro, que nossa cida<strong>de</strong> sempre precisou<br />
<strong>de</strong> vós, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> vossa aportagem naquela Belo Horizonte barroca, e vos<br />
teve como seu prestante cidadão, até o momento <strong>de</strong> vossa <strong>de</strong>spedida. A<br />
história <strong>de</strong> relevantíssimos serviços prestados a esta metrópole, para cuja<br />
gran<strong>de</strong>za vós concorrestes tanto, encerra capítulo único em vossa viagem<br />
terrena. Esta é a elegia mais valorosa que é entregue em vosso regaço.<br />
Moço ainda, já se ouvia <strong>de</strong> vós a palavra equilibrada, o raciocínio<br />
fulgente, a meta objetiva, escandida em uma arquitetura cartesiana, <strong>de</strong><br />
pressupostos éticos, compostos organicamente, com a atribuição justa e<br />
pensada às <strong>de</strong>cisões que vós implementastes tanto na vida familiar<br />
quanto nas li<strong>de</strong>s associativas, às quais vós sempre estivestes comprometido<br />
em regime <strong>de</strong> entrega incondicional, sufragando nelas vosso<br />
conhecimento abrangente. Agora, e agora? Como ficarão vossos<br />
discípulos, por quem vós espargistes, sem egoísmos, o vosso conhecimento e<br />
o vosso saber? Sim, pois vós fostes, lembro-me bem, aquele ser sempre<br />
interessado em contribuir para a construção <strong>de</strong> uma benfeitoria, fosse ela<br />
para o futuro, doméstica, legislativa, <strong>de</strong> aperfeiçoamento da língua, ou<br />
fosse outra a natureza. Como advogado, perito nas questões fiscais, como<br />
jornalista, como presi<strong>de</strong>nte da Junta Comercial do Estado, competente e<br />
<strong>de</strong>dicado diretor que fôreis da Companhia Telefônica <strong>de</strong> Minas Gerais,<br />
quando dirigir uma estatal não era uma comodida<strong>de</strong> contemporânea,<br />
porque regrada por <strong>de</strong>safios e imensas dificulda<strong>de</strong>s, vós <strong>de</strong>ixastes para<br />
nós um lastro inquantificável <strong>de</strong> exemplo <strong>de</strong> conduta humana.<br />
Este vosso patrimônio imaterial, porém valiosíssimo, é que <strong>de</strong>sfalca<br />
hoje o mundo dos vivos. Sejamos nós, que agora vos cercamos, os<br />
primeiros a salvá-lo, e <strong>de</strong> que muito nobremente se encarregará vosso<br />
sucessor nesta Casa.<br />
Vós, cidadão e citadino, Luiz Carlos <strong>de</strong> Portilho, sereis por tudo<br />
isto coroado com a imortalida<strong>de</strong>.<br />
Revista Volume LI.p65 92<br />
12/5/2009, 15:29