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DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

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232 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />

Jornal Cimalha (1997), todos representantes da imaginação criadora dos<br />

poetas aldravistas da cida<strong>de</strong> mineira. A literatura inconfi<strong>de</strong>nte, um dos<br />

primeiros movimentos na direção da afirmação da pátria brasileira com<br />

insígnia “libertas quae sera tamen”, <strong>de</strong>ixada como herança pululante na<br />

história da literatura brasileira do século XVIII, serve <strong>de</strong> mola propulsora<br />

para o investimento aldravista. Uma das primeiras providências do<br />

movimento aldravista foi a <strong>de</strong> buscar, como critério <strong>de</strong> escolha para<br />

publicação, textos e obras <strong>de</strong> arte que rompessem com barreiras formais<br />

<strong>de</strong> produção, especialmente os que ousassem criar conceitos novos,<br />

partindo do pressuposto <strong>de</strong> que a arte <strong>de</strong>ve ser, antes <strong>de</strong> tudo, expressão<br />

<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>; textos gerados para um tipo <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> dispersa no<br />

ritmo acelerado do cotidiano, da geração web, com linguagem visual<br />

urbana e <strong>de</strong> experimentação. Desta assertiva abriu caminho para a<br />

percepção <strong>de</strong> que a produção artística e ou literária não é via <strong>de</strong> mão<br />

única e nem imposição do sujeito autor.<br />

Em sua concepção dicionarizada, Aldravismo vem <strong>de</strong> aldrava,<br />

termo que <strong>de</strong>signa o utensílio com o qual se bate nas portas para que<br />

sejam abertas. Trata-se <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong> criação e <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong><br />

cultura (literatura e artes visuais) em que o foco principal é o sujeito. O<br />

estilo trabalha com a conceituação da arte metonímica em que o sujeito<br />

[autor e leitor] é livre e heterogêneo para perceber porções daquilo que é<br />

possível, ou seja, o artista não compõe sua obra sozinho, <strong>de</strong>terminando a<br />

sua interpretação; sabe que o leitor é livre para buscar sentidos.<br />

Antigamente percebíamos que o artista era o personagem que,<br />

através do “ícone sublime”, fazia aparecer a divinda<strong>de</strong> ao público,<br />

consi<strong>de</strong>rado incapaz <strong>de</strong> coparticipar da beleza dos <strong>de</strong>uses, própria dos<br />

divinos artistas. O Aldravismo trata <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>missão do papel divino do<br />

fazedor <strong>de</strong> arte, para que caiba aos outros o papel <strong>de</strong> criadores<br />

autônomos, ou seja, da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> toda a gente participar<br />

neste duplo jogo <strong>de</strong> produzir e usufruir da arte, transpondo este passo<br />

que separa o artista do não artista. O artista transforma-se em<br />

proponente <strong>de</strong> algo a ser interpretado para ser completado pelo<br />

espectador artista.<br />

Revista Volume LI.p65 232<br />

12/5/2009, 15:29

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