DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras
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226 _______________________________________________ R<strong>EVISTA</strong> <strong>DA</strong> A<strong>CADEMIA</strong> M<strong>INEIRA</strong> DE L<strong>ETRAS</strong><br />
morando em Barbacena, para lá leva Ambrosina, uma ama-<strong>de</strong>-leite, para<br />
cuidar <strong>de</strong> sua filha Maria da Conceição. Des<strong>de</strong> então nunca mais compra<br />
escravos, e passa a contratar serviços <strong>de</strong> empregados com remuneração<br />
mensal fixa.<br />
Affonso Penna Junior, o primeiro varão do casal, viria ao mundo<br />
em 1879, nascido em Brumal, distrito <strong>de</strong> Santa Bárbara.<br />
A partir <strong>de</strong> 1878, após a instalação do Ministério Saraiva (presidido<br />
pelo Duque <strong>de</strong> Caxias), Affonso Penna passa a ser <strong>de</strong>putado na<br />
Assembléia Geral (hoje <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral) e começa a chamar a atenção<br />
<strong>de</strong> D. Pedro II, que vê naquele jovem parlamentar mineiro “um brado <strong>de</strong><br />
alerta contra quaisquer <strong>de</strong>smandos”. Pouco tempo <strong>de</strong>pois, torna-se<br />
Conselheiro do Império. E em 1882, aos 35 anos, ocupa a pasta da<br />
Guerra no Gabinete Martinho Campos; já no segundo Gabinete Saraiva,<br />
em 1885, é convocado ao cargo <strong>de</strong> Ministro da Justiça (mesmo cargo que<br />
Penna Junior viria a ocupar anos <strong>de</strong>pois), cabendo-lhe referendar a lei<br />
que concedia total liberda<strong>de</strong> aos escravos maiores <strong>de</strong> sessenta anos. E,<br />
em 1888, Affonso Penna e Rui Barbosa são encarregados <strong>de</strong> organizar o<br />
novo Código Civil Brasileiro.<br />
Eis que chega a Proclamação da República, em 15 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />
1889, e o “Conselheiro do Império” obriga-se a <strong>de</strong>ixar o cenário político.<br />
Não por muito tempo: já em 1892 é eleito <strong>de</strong>putado Constituinte por<br />
Minas Gerais, cabendo-lhe, <strong>de</strong> imediato, a presidência da Comissão. A<br />
história do Brasil e <strong>de</strong> Minas Gerais no período pós-monárquico é feita,<br />
como se sabe, <strong>de</strong> golpes e incertezas. A frustrada tentativa <strong>de</strong> golpe do<br />
Marechal Deodoro a favor da monarquia só interessava àqueles que<br />
achavam insipiente a República. Affonso Penna, não obstante seu i<strong>de</strong>ário<br />
monárquico, enten<strong>de</strong> que um novo golpe “feria a sua política <strong>de</strong> viver<br />
honestamente” e renuncia ao mandato que lhe fora conferido.<br />
Mas a “insipiente República” ainda iria reservar ao parlamentar<br />
mineiro, um <strong>de</strong>fensor da or<strong>de</strong>m e da não violação dos Direitos Humanos,<br />
novos <strong>de</strong>safios. Aos 43 anos, em 1891, com a constitucionalização<br />
imediata da Província, é elevado ao cargo <strong>de</strong> primeiro presi<strong>de</strong>nte<br />
(governador) do estado <strong>de</strong> Minas Gerais, diretamente eleito pelo povo,<br />
com 48000 votos. Em seu mandato na presidência <strong>de</strong> Minas Gerais<br />
Revista Volume LI.p65 226<br />
12/5/2009, 15:29