DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

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Recolhemos suas próprias palavras, quando confessava: “Se minha
consciência cristã não fosse fortemente sedimentada na crença religiosa,
provavelmente as dores que me agrediam seriam transformadas em gritos
de revolta”. E continuava: “A tudo suportei com estoico silêncio,
confiado na fé que me fora inculcada pelas palavras dos evangelistas
sobre o destino do homem após o desenlace”.
Em trechos do discurso do deputado Nelson de Senna, na
Assembleia Legislativa de Minas Gerais, lemos o que disse a respeito de
Francisco Badaró, quando a sessão daquela casa foi suspensa no dia do
seu sepultamento: “Escritor, magistrado, parlamentar, diplomata,
publicista, perdemos nesse malogrado compatriota um talento de escol e
um bravo legionário político que a morte prostra, em plena refrega,
quando da sua ação e conselhos muito tínhamos ainda a esperar”.
Cercado pelos filhos, Francisco Badaró cerrou os olhos a este
mundo, no dia 14 de setembro de 1921, depois de receber das mãos do
padre Bicalho a extrema-unção e os sacramentos preceituados pela Igreja,
que tanto preservou na fé.
Coube a Murilo Badaró, neto de Francisco, realizar-lhe o sonho de
uma vida inteira: a publicação póstuma das suas memórias, tão bem
guardadas nos 87 anos de morte do mineiro, nascido na Fazenda
Liberdade, no município de Piranga, às margens do afluente do rio Doce,
“numa região hoje denominada Zona Metalúrgica, lindeira da Zona da
Mata mineira”.
Revista Volume LI.p65 262
12/5/2009, 15:29