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DA EVISTA CADEMIA INEIRA ETRAS - Academia Mineira de Letras

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Uma leitura corrida sobre o livro Memórias póstumas <strong>de</strong> Francisco Badaró, <strong>de</strong> Murilo Badaró _________ Carmen S. Guimarães 253<br />

Uma particularida<strong>de</strong> da vida <strong>de</strong> Francisco Badaró: a sua religiosida<strong>de</strong> e<br />

a fé cristã, criteriosamente preservada pelo neto escritor, no livro. E ainda<br />

no Prólogo do trabalho, uma referência que a comprova: “No local on<strong>de</strong><br />

me encontro, vivendo a sensação da eternida<strong>de</strong> em completa beatitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um tempo sem medidas, aguardo tão somente a hora da parúsia que<br />

minha crença cristã admite: o momento final do mundo com a chegada <strong>de</strong><br />

Jesus e a ressurreição dos mortos”. Este vocábulo, Francisco o ouviu pela<br />

primeira vez, em um sermão do Padre Gabriel Duarte, em Mariana,<br />

quando se referia à Primeira Epístola <strong>de</strong> São Paulo aos Coríntios. E a<br />

magia da palavra fez com que ele passasse a meditar sobre o seu<br />

verda<strong>de</strong>iro significado, que era a vinda <strong>de</strong> Cristo no final dos tempos.<br />

Na verda<strong>de</strong>, o livro contém inúmeras confissões <strong>de</strong> fé, <strong>de</strong>talhadas<br />

pelo escritor. Além do apego ao catolicismo, suas virtu<strong>de</strong>s maiores<br />

en<strong>de</strong>reçavam-no a diferentes atuações sociais e políticas. Foi ardoroso e<br />

convicto <strong>de</strong>fensor dos escravizados, tendo participado intensamente dos<br />

movimentos abolicionistas, até mesmo em seus tempos <strong>de</strong> estudante, na<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito <strong>de</strong> São Paulo. Conta que ouviu a esse respeito,<br />

palestras memoráveis produzidas “por personalida<strong>de</strong>s que tiveram larga<br />

influência nos negócios públicos ainda no Império e durante a Primeira<br />

República”.<br />

No <strong>de</strong>correr da autobiografia, Francisco Badaró não se furta à<br />

referência elogiosa ao fundador, José Pedro Xavier da Veiga, <strong>de</strong> um<br />

importante jornal, A Província <strong>de</strong> Minas, no ano <strong>de</strong> 1879, em Ouro Preto.<br />

Seu amigo, em 1897, cria ainda uma corajosa publicação, em resgate à<br />

memória <strong>de</strong> Minas, que se esfalfava no tempo, e a chamou Efeméri<strong>de</strong>s<br />

<strong>Mineira</strong>s, na qual as mais importantes notícias <strong>de</strong> diferentes assuntos são<br />

encontradas: <strong>de</strong>cretos, alvarás, lendas e curiosida<strong>de</strong>s culturais, notas<br />

eclesiásticas, administrativas e biográficas. Um Almanaque que,<br />

certamente, serviu <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo a muitos outros que surgiram anos mais<br />

tar<strong>de</strong>, e alguns <strong>de</strong> seus capítulos sugeriram até seletos ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> jornais<br />

da atualida<strong>de</strong>.<br />

A veia criadora <strong>de</strong> Francisco Badaró já se havia inspirado no<br />

movimento abolicionista, quando publicou, em 1881, o Romance<br />

Fantina. O jovem bacharel, estimulado por Bernardo Guimarães e<br />

Revista Volume LI.p65 253<br />

12/5/2009, 15:29

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