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Dramas da clausura: a literatura dramática de Lúcio Cardoso por ...

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dolorosas. Os anos 30 se encerram em Guerra que se esten<strong>de</strong>rá até a meta<strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> seguinte e ensinará ao mundo um novo conceito, muito além <strong>da</strong><br />

conheci<strong>da</strong> violência: a atroci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O fim <strong>da</strong> Guerra, em 1945, marca também o fim do Estado Novo. Afinal,<br />

um país que lutara pela liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>por</strong> ela era sau<strong>da</strong>do ao lado <strong>de</strong> outros<br />

heróis não iria tolerar, <strong>de</strong>ntro do seu território, que a ditadura se esten<strong>de</strong>sse <strong>por</strong><br />

mais tempo. Voltam à cena os i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong>mocráticos e o país comemora uma<br />

nova Constituição, em 1946.<br />

Já na meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 40 po<strong>de</strong>-se começar a falar em uma<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> massa nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos do país, on<strong>de</strong> surgiam<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> consumo (como eletrodomésticos) que antes não faziam<br />

parte do cenário <strong>da</strong>s casas brasileiras. (BERCITO, 1999). O cinema ganhava o<br />

público e o teatro passava <strong>por</strong> transformações profun<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s no<br />

próximo segmento <strong>de</strong>sta Tese. O rádio ganhava os lares e se tornava o<br />

principal meio <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> diversão popular no país. Era o tempo dos<br />

programas <strong>de</strong> Almirante, José Mauro, Lamartine Babo e César Alencar. As<br />

radionovelas se popularizavam e a música lançava nomes como Emilinha<br />

Borba, Marlene Matos, Carmélia Alves, Dircinha e Lin<strong>da</strong> Batista. Aliás, a<br />

música também se mostrava mais à vonta<strong>de</strong> nos anos pós-Estado Novo:<br />

Na primeira meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> déca<strong>da</strong>, o Departamento <strong>de</strong> Imprensa e<br />

Propagan<strong>da</strong> do Estado Novo atingira a música popular, na medi<strong>da</strong><br />

em que incentivava o uso <strong>de</strong> temáticas que exaltassem o trabalho,<br />

ao gosto <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ologia do regime que celebrava a formação do<br />

ci<strong>da</strong>dão trabalhador. A exaltação <strong>da</strong> malandragem carioca <strong>da</strong>va lugar<br />

a composições que ressaltavam o valor positivo do trabalho (...). No<br />

entanto, bastou estar-se livre <strong>da</strong> censura para ressurgir, logo em<br />

1946, a temática <strong>da</strong> malandragem em Trabalhar, eu não, <strong>de</strong><br />

Almeidinha. (BERCITO, 1999:90)<br />

Mas nem tudo eram alegrias. O analfabetismo era ain<strong>da</strong> muito alto<br />

(apenas meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> população com mais <strong>de</strong> quinze anos sabia ler e escrever);<br />

as diferenças regionais continuavam gritantes. A vi<strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rna oferecia<br />

facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, mas o consumo era restrito pela ren<strong>da</strong>: o salário mínimo, há pouco<br />

conquistado e não conseguindo acompanhar o custo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, já estava<br />

<strong>de</strong>fasado em seu valor real.<br />

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